Negociadores do Mercosul e da União Europeia (UE) concordaram nesta quarta-feira, em Buenos Aires, em intensificar as conversas neste semestre para alcançar um acordo de livre-comércio definitivo entre o bloco composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e os 27 Estados-membros do bloco europeu.
De acordo com uma declaração conjunta dos principais negociadores do acordo Mercosul-UE, durante reuniões realizadas em Buenos Aires foi estabelecido um calendário de trabalho para o período de seis meses, de modo a intensificar as negociações.
Após duas décadas de árduas conversas, em 2019 a UE e o bloco sul-americano chegaram a um acordo político geral para selar um pacto de livre-comércio, deixando pendente a resolução de alguns aspectos técnicos.
Mas essa discussão foi complicada pela emergência de novas exigências, principalmente do lado europeu, em relação a questões ambientais, em particular críticas às políticas do governo do então presidente brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2022) e que continuaram após a recente volta ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva.
A reticência de certos países com um setor agrícola poderoso, como a França, que não querem abrir os seus mercados aos produtos agrícolas competitivos do bloco sul-americano, também faz peso.
Segundo o comunicado, as conversas em Buenos Aires “giraram em torno das três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) como quadro de aprofundamento da parceria birregional”.
“Levando em conta o novo cenário político e econômico global e a importância estratégica da relação birregional, ambas as delegações concordaram com a importância de intensificar o diálogo a fim de alcançar um acordo mutuamente benéfico e equilibrado”, acrescenta o comunicado.
Os quatro coordenadores nacionais do bloco sul-americano e os principais negociadores do Serviço Externo e da Direção-Geral do Comércio da União Europeia participaram nas conversas na capital da Argentina, país que exerce a presidência do Mercosul neste semestre.
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