Membros de esquerda do Parlasul perguntam à Argentina sobre entrada de acusados da suposta tentativa de golpe no Brasil

Por efe e renato pernambucano
15/06/2024 14:37 Atualizado: 15/06/2024 14:39

O Parlamento do Mercosul (Parlasul) enviou um pedido de “informações certeiras” à ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, sobre a possível entrada no país de pelo menos 65 cidadãos brasileiros indiciados ou condenados pela suposta tentativa de golpe de Estado nos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Em carta datada de 11 de junho e divulgada nesta sexta-feira (14), o órgão legislativo do Mercosul pede à ministra que esclareça a situação dos supostos foragidos.

“Entendemos que a senhora (Bullrich) terá as ferramentas para poder esclarecer essa situação que se tornou de conhecimento público. Por esse motivo, pedimos informações certeiras para saber se realmente há registros da entrada ou presença na Argentina de cidadãos brasileiros indiciados”, diz a carta.

O texto foi assinado pelos deputados argentinos Gabriel Fuks, Franco Metaza, Victoria Donda e Cecilia Nicolini, todos de esquerda, além do senador Humberto Costa, do PT.

“É importante que, de acordo com os tratados e no âmbito da cooperação judicial, eles possam fornecer informações precisas uns aos outros. Especialmente quando se trata de foragidos da justiça envolvidos em uma tentativa de golpe de Estado”, disse Costa em um comunicado da Bancada Progressista do Parlasul.

Os brasileiros que supostamente fugiram para a Argentina fazem parte de um grupo de 208 pessoas processadas e, em alguns casos, já condenadas, pelos ataques de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes.

Um dos advogados dos brasileiros procurados pela justiça foi consultado pela EFE e disse que alguns solicitaram à Comissão Nacional argentina para Refugiados (Conare), o reconhecimento da condição de refugiados por motivos políticos.

As fontes oficiais consultadas pela EFE afirmaram que, até o momento, o governo argentino não recebeu nenhuma comunicação da Conare.