O McDonald’s anunciou, nesta terça-feira (7), que revisará suas políticas de diversidade e inclusão, afastando-se de pautas da chamada “agenda woke” que vinham sendo cada vez mais questionadas no cenário corporativo dos Estados Unidos.
A mudança, que inclui o fim de metas de diversidade em posições de liderança e a descontinuação de programas de incentivo à participação de minorias em cargos de chefia, sinaliza um recuo da gigante do fast food diante de uma onda de críticas e pressões políticas.
A decisão vem em um contexto de crescente resistência a políticas progressistas, especialmente após a revogação, em 2023, das ações afirmativas pela Suprema Corte dos EUA.
A empresa também deixará de participar de pesquisas externas sobre práticas inclusivas, como o Índice de Igualdade Corporativa da Human Rights Campaign, que avalia a representação LGBT nas corporações.
Pressão política e cultural
O recuo do McDonald’s segue a tendência de outras grandes empresas que, em resposta a um cenário político e cultural em transformação, têm ajustado suas práticas.
Com a chegada de uma nova administração Trump, que se comprometeu a combater iniciativas consideradas ultraprogressistas, empresas como Walmart e Harley-Davidson também reduziram investimentos em pautas identitárias.
Mudanças aconteceram rápido
Em 2021, o McDonald’s se comprometeu a ampliar a diversidade entre seus franqueados e a aumentar os investimentos em fornecedores mulheres e de minorias.
No mesmo ano, a empresa também chegou a um acordo sobre uma ação judicial que a acusava de discriminação racial por parte de franqueados negros no Tennessee.
Já em 2022, os acionistas da companhia aprovaram uma proposta solicitando uma revisão independente das políticas de direitos civis da empresa.
Em 2023, em meio ao crescente foco nas críticas de líderes conservadores, o McDonald’s decidiu remover o termo “ESG” de algumas seções de seu site nos Estados Unidos, uma medida simbólica que refletiu a crescente pressão contra suas políticas.
Movimento anti-woke influenciou decisão
O movimento contra a “cultura woke” ganhou força nos últimos anos, refletindo uma mudança na forma como as empresas e o governo dos EUA lidam com questões de diversidade.
Em sua campanha de 2024, Trump prometeu criar um “grupo de combate ao woke” para monitorar a aplicação de políticas progressistas nas escolas e nas forças armadas.
Esse clima de resistência foi intensificado por boicotes a empresas, como o ocorrido com a Bud Light, que enfrentou uma onda de reações negativas após firmar uma parceria com uma influenciadora transgênero.