María Corina Machado rejeita proposta de novas eleições e de governo de coalizão

Por Agência de Notícias
15/08/2024 20:29 Atualizado: 15/08/2024 20:29

A líder opositora venezuelana, María Corina Machado, rejeitou nesta quinta-feira (15) a proposta do Brasil de novas eleições ou a formação de um governo de coalizão, e insistiu que os resultados que deram a Nicolás Maduro a vitória nas eleições presidenciais foram fraudulentos.

“As eleições ocorreram e a sociedade venezuelana se expressou em condições muito adversas, onde houve fraude e, ainda assim, conseguimos vencer”, respondeu Machado em uma entrevista coletiva virtual com veículos de comunicação na Argentina e no Chile, incluindo a Agência EFE.

“Devemos respeitar a voz do povo, devemos respeitar a soberania. Vocês aceitariam que outra eleição fosse convocada em seus respectivos países? Se essa é uma decisão que será tomada em uma mesa, por que vocês a tomaram em primeiro lugar?, afirmou.

Machado também enfatizou que “as eleições são definidas pelos votos, não por acordos de cúpulas”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu, nesta quinta-feira, duas possíveis saídas para a crise pós-eleitoral na Venezuela: a formação de um governo de coalizão composto por membros do chavismo e da oposição, ou a realização de novas eleições.

Essa última iniciativa foi rejeitada pelo governo mexicano, enquanto o presidente colombiano, Gustavo Petro, sugeriu uma “frente nacional” para a Venezuela, como a que existiu em seu país no século XX, na qual liberais e conservadores se revezavam no poder como um passo “transitório” rumo a uma “solução definitiva” para a crise.

“Se você for para uma segunda eleição, e se não gostar dos resultados, você vai para uma terceira, quarta, quinta, até que Maduro goste dos resultados? Vocês aceitariam isso em seus países?”, questionou Machado.

Segundo ela, “desconhecer (as eleições de 28 de junho) é uma falta de respeito com os venezuelanos que deram tudo, a soberania popular tem que ser respeitada e as eleições já aconteceram.

Sobre a ideia de um governo de coalizão, ela pediu “muito cuidado” porque diferenciou os exemplos de outros países em que os partidos têm “diferencias de ordem política”, mas “foram democráticos ou não se envolveram em casos criminais”, o que denunciou que acontece na Venezuela.

Machado comentou que seu grupo oferece “incentivos e proteções” aos governistas que quiserem se juntar a ela para conseguir uma transição democrática para a posse de González Urrutia em 10 de janeiro, aos quais promete que não haverá “perseguição” nem “vingança”.

“Estamos dispostos, mas o regime se negou até agora” a negociar a transição, relatou.