María Corina Machado diz que teme por sua vida e reafirma suas provas do fracasso eleitoral de Maduro

Por Agência de Notícias
01/08/2024 22:36 Atualizado: 01/08/2024 22:36

A líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, disse nesta quinta-feira (1º) temer por sua vida em uma coluna escrita na clandestinidade para o The Wall Street Journal e reivindicou que tem provas do fracasso eleitoral de Nicolás Maduro.

“O Sr. Maduro não ganhou as eleições presidenciais da Venezuela no domingo. Ele perdeu de forma esmagadora para Edmundo González, 67% contra 30%. Sei que é verdade porque posso provar. Tenho comprovantes obtidos diretamente de mais de 80% das mesas eleitorais do país”, disse a política.

“Escrevo isso escondida, temerosa por minha vida, por minha liberdade e pela de meus compatriotas, devido à ditadura dirigida por Nicolás Maduro”, desabafa Corina, que adverte: “Podem me capturar enquanto escrevo estas palavras”.

Antes de relatar os acontecimentos após as eleições de domingo, ela aponta que a maioria de sua equipe também está escondida, seis deles asilados na embaixada argentina, agora protegida pelo Governo do Brasil, e pede à comunidade internacional que aja contra o governo “manifestamente ilegítimo” de Maduro.

Diante do anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que deu a vitória a Maduro, Machado afirmou que ele não ganhou em nenhum dos 24 estados da Venezuela, segundo “quatro contagens rápidas diferentes”, “duas pesquisas de boca de urna independentes” e “cada comprovante de voto que vimos chegar em tempo real”.

A líder opositora destaca que os observadores voluntários nas mesas eleitorais foram submetidos a ações “neutralizadoras” ordenadas por Maduro, mas “protegeram os comprovantes com suas vidas durante a noite”, de modo que na segunda-feira puderam “confirmar a certeza matemática” da vitória de González.

Enquanto os opositores publicaram esses resultados em uma página (https://resultadosconvzla.com/), o CNE, que estava obrigado a publicar seus resultados em no máximo 48 horas após as eleições, “derrubou rapidamente” sua página por um ciberataque forjado da Macedônia do Norte.

Machado termina sua carta denunciando a “repressão brutal” de Maduro contra os protestos posteriores aos resultados, nos quais conta 20 mortos, 1.000 detidos e 11 desaparecimentos forçados pelas forças de segurança estatais, e faz um apelo à comunidade internacional.

“Nós, venezuelanos, cumprimos nosso dever. Votamos para tirar o Sr. Maduro. Agora depende da comunidade internacional decidir se tolera um governo manifestamente ilegítimo”, diz a opositora, que pede para se unirem à causa venezuelana “aqueles que rejeitam o autoritarismo e apoiam a democracia”.