A líder opositora María Corina Machado disse na quarta-feira (16), em uma entrevista à emissora de televisão “EVTV”, que está “na Venezuela”, desmentindo assim o regime do ditador Nicolás Maduro, que havia dito que a ex-deputada “fugiu” do país “para a Espanha”, onde está exilado o vencedor das eleições presidenciais, Edmundo González Urrutia.
“Os venezuelanos sabem que estou aqui na Venezuela, o povo sabe disso, e Nicolás Maduro também sabe. O que acontece é que (regime e aliados) estão desesperados para saber onde estou, e não vou lhes dar esse prazer”, disse Machado, que afirmou que ela e os cidadãos do país estão “aqui lutando e determinados a avançar até o fim”.
Por outro lado, Maduro, segundo Machado, está em um “universo paralelo cercado de guarda-costas” porque “sabe que o povo o derrotou” nas eleições presidenciais de 28 de julho, nas quais González Urrutia foi o candidato eleito.
Maduro declarou em um ato televisionado, que Machado “fugiu” do país para “um bom bar em algum lugar da Espanha”.
Embora ele não tenha mencionado o nome da líder opositora, o ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez, usou essas declarações e alegou na plataforma de mensagens Telegram que, de acordo com o presidente venezuelano, “María Corina Machado fugiu do país para a Espanha”.
Na última segunda-feira, Maduro, sem citar nomes ou fazer referências diretas, disse que “ela” havia deixado o país, apesar de estar proibida de sair do território nacional desde junho de 2014.
“Não digam a ninguém, ela saiu do país, minhas fontes me dizem que ela fugiu (…) são covardes, são bons em lançar mensagens de ódio e intolerância, mas ela saiu, pegou as malas Gucci e saiu”, alegou Maduro.
González Urrutia, que concorreu à presidência nas eleições de julho pela principal coalizão de oposição ao governo Maduro, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), chegou a Madri em 8 de setembro, depois de solicitar asilo devido à perseguição política e judicial que sofreu em seu país.
Após a viagem do agora ex-candidato, Machado, que afirma estar “escondida”, temendo por sua “vida” e “liberdade”, reiterou que continuará lutando na Venezuela, enquanto González Urrutia o fará “de fora”.