A líder opositora María Corina Machado denunciou nesta segunda-feira a prisão de Javier Cisneros e Gabriel González, dois colaboradores da campanha do ex-embaixador Edmundo González Urrutia à presidência da Venezuela, o que eleva para cinco o número de jovens apoiadores antichavistas presos desde a última sexta-feira.
“Isso é o regime criminalizando a rota eleitoral”, disse a jornalistas a ex-deputada, que estimou em 37 o número de opositores do governo do presidente Nicolás Maduro presos neste ano.
Desse total, 20 estão diretamente ligados ao comando da campanha de Urrutia, que enfrentará Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.
Machado explicou que Cisneros, líder da juventude de seu partido, Venha Venezuela (VV), e González, da equipe de comunicação do partido, “saíram para comprar algo para o almoço”, quando foram “interceptados e levados para o Helicoide”, local onde estão localizadas as prisões do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).
“Esses jovens estão vinculados a um processo no qual são acusados de incitação ao ódio e associação para cometer crimes pelo simples fato de acompanhar nosso candidato” durante um evento político no estado de La Guaira, perto de Caracas.
A líder opositora reiterou que esses jovens, que “não cometeram nenhum crime”, são vítimas de prisões arbitrárias, como o restante dos antichavistas presos nos últimos meses, “diante de um processo eleitoral” em “condições absolutamente contrárias a qualquer padrão democrático”.
Machado denunciou que alguns dos detidos tiveram negado o direito a advogados particulares e que os defensores públicos pedem aos antichavistas que a culpem por planos violentos como condição para serem libertados.
Entre sexta-feira e sábado, foram detidos os políticos Jeancarlos Rivas e Juan Iriarte, além do jornalista Luis López, todos ligados ao ato político de Urrutia em La Guaira.