A líder opositora venezuelana, María Corina Machado, alertou nesta quarta-feira (30) sobre a “escalada cruel e repressiva” do governo após as polêmicas “eleições” presidenciais, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou Nicolás Maduro como “presidente”, com 20% das atas – mais de dois milhões de votos – ainda não contadas, o que provocou manifestações em várias partes do país.
“Após a retumbante e inapelável vitória eleitoral que os venezuelanos obtiveram em 28 de julho, a resposta do regime é o assassinato, o sequestro e a perseguição. Alerto o mundo sobre a escalada cruel e repressiva do regime, com até o momento mais de 177 detenções arbitrárias, 11 desaparecimentos forçados e pelo menos 16 assassinatos nas últimas 48 horas”, declarou Machado na rede social X.
Para a antichavista, “esta é a resposta criminosa de Maduro ao povo venezuelano”, que saiu “às ruas como uma família, como uma comunidade, para defender sua decisão soberana de ser livre”.
De acordo com várias ONGs, no contexto dos protestos que começaram na segunda-feira, foram contabilizadas 11 mortes até a tarde de terça-feira, número que Machado eleva hoje para 16.
“Estes crimes não ficarão impunes”, disse a líder opositora, que enviou uma palavra de solidariedade “aos familiares dos mortos, aos presos, aos perseguidos, aos feridos por defenderem a vitória eleitoral de 28 de julho”.
Maduro culpou o candidato da maior coalizão de oposição, Edmundo González Urrutia, pelas mortes nas manifestações. O ministro da Defesa do país, Vladimir Padrino López, relatou a morte de um primeiro-sargento e culpou a oposição por gerar protestos a fim de provocar “um golpe de Estado”.
Machado afirmou que “a Venezuela e o mundo inteiro sabem que a violência é o último recurso do regime de Maduro”, que – de acordo com a coalizão opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) e os poucos observadores idôneos que confirmaram as fraudes – perdeu as eleições.