Buenos Aires foi cenário de intensos conflitos entre manifestantes e a polícia na última quarta-feira (11), após o Congresso argentino decidir barrar um aumento de 8,1% nos salários dos aposentados.
A proposta, inicialmente apresentada pela oposição, foi rejeitada graças ao apoio do presidente Javier Milei, que descreveu o veto como “um freio aos degenerados fiscais”.
Milei conseguiu reunir os votos necessários ao convencer cinco deputados da União Cívica Radical (UCR) a se aliarem ao governo, alcançando o terço essencial para barrar a proposta.
O governo de Milei obteve o respaldo do seu partido, Liberdade Avança, e da coalizão Pro, liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri, que, apesar de ter apoiado a lei em junho, quando passou pela Câmara dos Deputados, agora se alinhou ao veto.
Do outro lado, o peronismo, a Coalizão Cívica e uma parte da UCR enfrentaram divisões internas e acusações de traição.
A sessão, que se estendeu por mais de cinco horas, foi marcada por momentos de tensão, com grande pressão tanto dentro quanto fora do Parlamento, onde milhares de manifestantes se concentraram nas proximidades do Congresso.
Embora 153 deputados tenham votado a favor da lei, a oposição precisava de 166 votos para aprová-la e acabou sendo derrotada.
A esquerda reagiu rapidamente nas ruas. Grupos kirchneristas e centrais sindicais organizaram protestos massivos em frente ao Congresso.
Ao final da sessão, a polícia precisou usar gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes.
Com o veto confirmado, o Congresso não poderá retomar a discussão sobre o reajuste das aposentadorias pelo restante do ano.
Assim que o resultado da votação foi anunciado, o presidente Javier Milei comemorou nas redes sociais, afirmando: “87 heróis colocaram um freio nos degenerados fiscais que tentaram destruir o superávit que nós, argentinos, com tanto esforço conseguimos alcançar.”
A declaração reforça o posicionamento de Milei, que tem adotado uma postura firme contra o aumento de gastos públicos, enfatizando a necessidade de manter o equilíbrio fiscal no país.