Manifestantes se reúnem em frente ao Congresso do Peru antes de protesto

Por Agência de Notícias
10/11/2022 15:34 Atualizado: 10/11/2022 15:36

Dezenas de manifestantes peruanos começaram a se reunir em frente ao Palácio Legislativo na manhã desta quinta-feira para participar em uma manifestação chamada “A Tomada de Lima”, que repudia as ações do Congresso e do Ministério Público, e exige a elaboração de uma nova Constituição política.

A manifestação foi convocada por organizações sociais, sindicais e políticas que rejeitam as ações da oposição política ao presidente Pedro Castillo e está marcada a tarde de quinta-feira, com comícios nas praças 2 de Maio e San Martin.

No entanto, os grupos de manifestantes começaram a chegar no início da manhã às proximidades do Parlamento, onde um cordão policial os impediu de passar e usou gás lacrimogêneo para conter alguns distúrbios.

A polícia interveio para retirar os grupos que ocupavam uma das faixas da avenida central Abancay e houve também um aumento do número de policiais antidistúrbios, que fecharam as ruas mais próximas do Palácio Legislativo.

O Congresso, que é dominado pela oposição, decidiu na quarta-feira suspender a sessão plenária marcada para esta quinta-feira diante de possíveis “atos de violência” durante a manifestação, de acordo com uma declaração do principal oficial do Legislativo, José Cevasco.

Cevasco comentou que o Parlamento foi avisado pela polícia que a manifestação “envolveria ações de protesto com atos de violência contra a propriedade pública e privada, devido à possível infiltração de grupos radicais e extremistas entre os manifestantes”.

Atividades no congresso

Apesar disso, o Palácio Legislativo iniciou as atividades nesta quinta-feira como habitualmente e vários congressistas chegaram para participar em reuniões das bancadas e grupos legislativos.

José Cueto, deputado do partido ultraconservador Renovação Popular, disse não acreditar que seja “necessário parar os trabalhos do Congresso” e que a decisão de suspender a sessão plenária foi tomada para “proteger acima de tudo a segurança do pessoal” de quem trabalha no local.

Além disso, afirmou que tinha visto que os grupos de manifestantes foram retirados “para uma área mais distante” da sede legislativa e que a calma estava a sendo mantida nos arredores.

Martha Moyano, membro do partido fujimorista, comentou que os parlamentares têm de estar no edifício legislativo no caso de “qualquer eventualidade” e disse esperar que os manifestantes “não sejam violentos e não queiram atacar o Congresso”.

O apelo à mobilização dos cidadãos é também contra a nova moção de destituição (impeachment) que está sendo preparada no Parlamento por vários grupos da oposição e pede a renúncia da procuradora-geral, Patricia Benavides.

Em outubro, Benavides apresentou uma denúncia constitucional ao Congresso contra Castillo por suposta corrupção. Castillo nega todas as alegações, que também implicam vários membros do seu governo e parentes próximos.

 

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