Quase uma hora e meia após a aprovação do texto-base da chamada “Lei Omnibus” na Câmara dos Deputados da Argentina, houve confrontos na sexta-feira entre policiais e manifestantes contrários às políticas de austeridade do presidente Javier Milei.
Como já havia acontecido na quarta e na quinta-feira, os outros dois dias em que a Câmara debateu a chamada Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, a tentativa dos manifestantes de bloquear o tráfego nos arredores do Congresso levou agentes de várias forças federais mobilizadas a agir com força.
Spray de pimenta, balas de borracha e jatos d’água foram novamente usados contra os manifestantes, alguns dos quais jogaram objetos contra os agentes.
Manifestantes, quase a totalidade de esquerda, que estavam os rostos cobertos por lenços máscaras quebraram partes das calçadas para usar os pedaços contra os policiais e também atearam fogo em um contêiner de lixo e a um colchão.
Os manifestantes que bloquearam a avenida adjacente ao Congresso e foram forçados pela polícia a liberar as pistas se concentraram na praça em frente batendo palmas para protestar contra a aprovação do projeto de lei na Câmara.
Durante os três dias de debate, houve vários momentos de tensão entre os manifestantes e os agentes de segurança, que atuaram de acordo com o estrito protocolo de segurança implementado pelo governo Milei para reprimir quem interrompesse o tráfego de veículos.
A ação policial na Praça do Congresso durante todo o debate sobre a “Lei Omnibus” foi amplamente criticada pela esquerda, pelo peronismo e entidades como a Defensoria Pública da Cidade de Buenos Aires, que solicitou uma investigação sobre a possível prática de crimes pelas forças de segurança.