Por Sabrina Martín, PanAm Post
Malta, um arquipélago localizado no Mediterrâneo que fica entre a Sicília e a costa do norte da África, tornou-se o mais novo aliado do regime de Nicolás Maduro, permitindo que a ditadura transfira petróleo bruto como contrabando de navio para navio.
O jornal local Times of Malta informou que, para contornar as sanções internacionais, o regime está usando o Hurds Bank, um lugar localizado no leste de Malta.
Os Estados Unidos já emitiram uma espécie de embargo parcial que adverte as empresas e as pessoas a não fazerem negócios com a ditadura para evitar serem sancionadas. No entanto, Malta ignorou o aviso. A situação torna-se curiosa, porque em abril foi o governo de Malta que impediu a passagem de aviões russos que se dirigiam para a Venezuela.
De acordo com o Lloyds List, um importante jornal marítimo internacional, desde junho pelo menos dez navios petroleiros ou carregando produtos químicos foram flagrados transferindo produtos de navio para navio nas águas maltesas. Os produtos são depois transferidos para o exterior e depois para os portos venezuelanos.
.@statedeptspox: Aplaudimos al gobierno de Malta por negarse a permitir que aviones rusos usen su espacio aéreo para abastecer al antiguo régimen en Venezuela. Pedimos a todos los países que sigan el ejemplo para detener el apoyo del Kremlin al dictador Maduro. #EstamosUnidosVE
— USA en Español (@USAenEspanol) April 19, 2019
A carga parte para a Venezuela, em alguns casos com o sistema automático de identificação de navios desligado, atravessando o estreito de Gibraltar para uma viagem transatlântica. Segundo o Lloyds List, cerca de 400 mil toneladas de produtos refinados foram embarcadas desde o início de junho.
Embora a produção de petróleo da Venezuela esteja atualmente em seus níveis mais baixos, cerca de 39 petroleiros enviaram petróleo para a Índia este ano e outros 48 petroleiros chegaram à China.
Por outro lado, a Bloomberg informou em julho que a Venezuela recebeu pelo menos 616 mil barris de gasolina a vácuo entre junho e julho, e que as cargas partiram do porto de Taman, na Rússia.
As estratégias da ditadura para evitar sanções
O regime de Maduro usa pelo menos cinco truques diferentes para escapar das sanções internacionais e cumprir com o envio de petróleo. Convertendo navios em “fantasmas” e navios de guerra, transferindo petróleo como contrabando, mudando os nomes dos navios sancionados e sequestrando a tripulação, fazem parte das medidas que o chavista implementou.
Um artigo da Bloomberg revela que o regime de Maduro está mudando o nome dos navios e desligando seus transponders para fazê-los “desaparecer” dos radares e assim possam chegar a seus destinos, incluindo Cuba.
Da mesma forma, a petroleira estatal venezuelana, PDVSA, foge dos embargos e apreensões internacionais fazendo uma espécie de revezamento: transfere os barris de petróleo bruto para navios estrangeiros dedicados a levar a carga ao seu destino. Uma medida que se assemelha à utilizada por contrabandistas ou traficantes de drogas para evitar a justiça internacional.
Além disso, Maduro decidiu converter alguns navios petroleiros em navios de guerra depois de guardá-los com o pessoal ativo das Forças Armadas da Venezuela (FANB). Isso antes da possibilidade de que os Estados Unidos tentem bloquear o embarque.
Os navios utilizados pela petroleira estatal PDVSA, alguns deles com bandeira panamenha, serão agora guardados por militares venezuelanos armados, preparados para enfrentar qualquer bloqueio.
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