Malásia adverte China para que não a utilize como meio de evitar tarifas dos EUA

Por Catherine Yang
03/12/2024 17:13 Atualizado: 03/12/2024 17:13
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times. 

Enquanto as empresas de todo o mundo se preparam para as novas tarifas dos EUA com a nova administração, a Malásia está dizendo às empresas chinesas que não usem o país para tentar fugir das taxas.

“No último ano, mais ou menos… Tenho aconselhado muitas empresas da China a não investirem na Malásia se elas estiverem apenas pensando em mudar o nome de seus produtos via Malásia para evitar as tarifas dos EUA”, disse o vice-ministro do comércio da Malásia, Liew Chin Tong, em um fórum em 2 de novembro.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, previu uma série de novas tarifas que ele poderá impor já no primeiro dia de seu governo, sendo a principal delas as tarifas sobre produtos chineses. Na campanha eleitoral, Trump disse que imporia tarifas de até 60% sobre as importações chinesas. Recentemente, ele anunciou um adicional de 10% pelo papel do regime chinês na crise do fentanil e da imigração ilegal. Trump também alertou sobre a imposição de tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá pelo fato de esses países não fazerem sua parte para governar suas fronteiras, levando os chefes de estado a entrar em contato imediatamente e negociar.

Trump emitiu várias tarifas sobre as importações chinesas durante seus primeiros quatro anos no cargo, muitas das quais o governo Biden manteve e ampliou à luz das violações comerciais do regime chinês.

Essas tarifas foram estendidas a outros países que funcionam como intermediários para as empresas chinesas. A última, em 29 de novembro, afetou a Malásia.

Uma atualização de uma regra instituída em outubro estabelece tarifas entre 21,31% e 271,2% sobre paineis solares do Camboja, Malásia, Tailândia e Vietnã, muitos dos quais são produzidos por empresas chinesas. Grupos comerciais acusaram as empresas chinesas de explorar os países do sudeste asiático para burlar as tarifas e, ao mesmo tempo, continuar a despejar produtos baratos no mercado americano.

A China, incluindo seus centros de exportação próximos, é responsável por 80% das remessas mundiais de energia solar, de acordo com a SPV Market Research.

As empresas chinesas de energia solar se expandiram pelo Sudeste Asiático, para países aos quais os Estados Unidos não impuseram tarifas comerciais, como Laos e Indonésia.

Enquanto isso, as empresas de propriedade chinesa estão reduzindo sua produção nos países atingidos pelas tarifas.

“É um enorme jogo de gato e rato”, disse William A. Reinsch, ex-funcionário comercial do governo Clinton e consultor sênior do Center for Strategic and International Studies.

“Não é tão difícil mudar. Você se prepara e joga o jogo novamente. O projeto das regras é tal que os EUA geralmente estão um passo atrás.”

A Malásia também tem visto investimentos chineses em outros setores, como o de montagem de semicondutores, no qual a Malásia detém uma participação de 13% no mercado global.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.