Mais de 100 pessoas morreram em protestos estudantis em Bangladesh desde o início da violência na última segunda-feira, informaram neste sábado (20) fontes de vários centros hospitalares do país, enquanto está em vigor um forte destacamento de segurança sob o toque de recolher imposto pelo governo.
Dados dos principais hospitais da capital do país indicam que ontem foi o dia mais violento dos protestos, quando morreram 59 pessoas, muitas delas estudantes, segundo um balanço elaborado pela Agência EFE.
Um responsável pela polícia do Hospital Universitário de Daca também disse à EFE que entre os mortos estava um fotógrafo de um jornal local, o que o tornaria o segundo jornalista morto durante a cobertura das manifestações.
O porta-voz da polícia metropolitana de Daca, Faruk Hossain, confirmou que ao menos um policial e um membro paramilitar estavam entre os mortos.
Segundo o mesmo balanço, outras 41 pessoas faleceram na quinta-feira, uma na última quarta-feira, e seis pessoas na terça-feira.
As autoridades não forneceram um número de vítimas até agora.
O país está sob toque de recolher obrigatório desde a meia-noite e o governo ordenou o envio do Exército para ajudar a controlar a situação.
Bangladesh também acordou sem comunicações, após os serviços de comunicação fixa e Internet terem sido suspensos às 21h (hora local) de quinta-feira, sem terem sido restabelecidos até o momento.
Os protestos estudantis começaram pacificamente no início do mês para exigir reformas nas cotas de emprego público, o que os manifestantes alegam que prejudica sua entrada no mercado de trabalho.
No entanto, tornaram-se violentos na última segunda-feira, quando a primeira-ministra, Sheikh Hasina, rejeitou suas exigências e as mobilizações terem começado a ser duramente reprimidas pela polícia, desencadeando uma espiral de violência que continua.
Estas são as primeiras grandes manifestações que Sheikh Hasina enfrenta desde que em janeiro assumiu o cargo pela quarta vez consecutiva, em uma eleição boicotada pela oposição.