Maior região da Bolívia denuncia que governo criou “regime de terrorismo”

Por Agência de Notícias
02/01/2023 17:34 Atualizado: 02/01/2023 17:34

O Comitê Cívico de Santa Cruz, maior região boliviana e motor econômico do país, acusou neste domingo o governo do presidente Luis Arce de instalar um “regime de terrorismo de Estado” contra os protestos que exigem a libertação do governador opositor Luis Fernando Camacho.

A organização cidadã emitiu um comunicado dirigido à comunidade internacional no qual denuncia que o Executivo tem instaurado um “regime de terrorismo de Estado e insegurança jurídica através da perseguição política e criminalização de fato do exercício da dissidência, protesto e liberdade de expressão”.

Além disso, afirma que o Executivo nacional manipula o Ministério Público, a polícia e os tribunais de Justiça, instâncias que acusa de atuarem com fins políticos.

Santa Cruz, no leste do país, é o centro dos protestos que exigem a libertação de seu governador, detido na quarta-feira passada pelas forças de segurança e levado para La Paz, no oeste do país, onde um juiz lhe impôs quatro meses de prisão preventiva por supostos crimes relacionados com eventos da crise política de 2019.

Na véspera, confrontos entre manifestantes e policiais duraram até a madrugada de hoje e deixaram danos consideráveis ​​em prédios públicos como a prefeitura de Santa Cruz.

Além disso, Santa Cruz sofre um bloqueio de estradas com o objetivo de impedir o transporte de alimentos básicos dessa região para o resto do país, como medida para conseguir a soltura de Camacho.

O governador de Santa Cruz está detido desde o início da manhã de sexta-feira em uma prisão de segurança máxima a 35 quilômetros de La Paz, acusado de terrorismo no âmbito do caso denominado “golpe de Estado I”.

Esse processo foi apresentado no final de 2020 por um ex-deputado do governista Movimento pelo Socialismo (MAS) pelos protestos sociais que denunciavam fraude eleitoral nas frustradas eleições de 2019 e que levaram à renúncia do então presidente Evo Morales , que denunciou ter sido vítima de um “golpe”.

 

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