Maduro rejeita oferta de asilo político do Panamá e manda recado ao presidente 

Por Redação Epoch Times Brasil
12/08/2024 14:25 Atualizado: 12/08/2024 14:25

Nicolás Maduro rejeitou formalmente, nesta sexta-feira, 9, a oferta de asilo político feita pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino. O objetivo da proposta era facilitar a saída do ditador para outro país e ajudar na transição política na Venezuela, conforme divulgou a CNN Brasil.

Em declaração transmitida pelo canal estatal VTV, o ditador mandou um recado a Mulino, pedindo que o líder panamenho se concentrasse na administração de seu próprio país e se abstivesse de interferir nos assuntos internos da Venezuela.

Maduro acusou o panamenho de ter se “deixado levar pelos gringos”, em referência aos Estados Unidos (EUA).

Ainda falando aos jornalistas sobre sua recusa, o bolivariano usou um tom de sarcasmo e ameaça ao Panamá, um dos países latino-americanos que cortou relações com a Venezuela depois das eleições que apresentaram comprovações de fraude.  

“Vou tentar saber seu nome, presidente do Panamá, mas quem se mete com a Venezuela encalha”, disse o ditador.

Mais cedo, em entrevista à CNN, Mulino, que foi eleito há apenas três meses, expressou sua disposição para oferecer um asilo seguro a Maduro, que permitiria a ele e sua família se deslocar para um terceiro país.

“Se essa é a contribuição, o sacrifício que o Panamá tem que fazer, oferecendo nosso solo para que esse homem e sua família possam deixar a Venezuela, o Panamá o faria sem dúvida”, afirmou o presidente panamenho.

A recusa de Maduro ocorre em meio a crescentes esforços de líderes internacionais para encontrar uma solução pacífica para a crise política na Venezuela, com escalada de violência desde as eleições presidenciais ocorridas em 28 de julho.

Maduro, no entanto, manteve-se firme em sua posição, intensificando a tensão no já volátil cenário.

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, também se pronunciou sobre a situação. Em entrevista à AFP, ela ofereceu “garantias, salvo-conduto e incentivos” para que Maduro deixe o poder de forma pacífica.

“Estamos decididos a avançar em uma negociação”, disse Machado. “Será um processo de transição complexo e delicado, no qual buscaremos unir toda a nação.”