O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou, nesta sexta-feira (08), seus apoiadores a “denunciar” vários opositores, incluindo a candidata a presidente Maria Corina Machado, “em todas as ruas por suposta traição”, em meio à disputa do país com a Guiana pelo território de Essequibo.
Diante de centenas de chavistas que se reuniram do lado de fora do palácio presidencial em Caracas, Maduro rejeitou as críticas de opositores ao referendo do último domingo, quando a maioria dos eleitores aprovou a anexação da área disputada, que permanece sob o controle da Guiana.
“Eles estão falando contra o povo, apoiando a ExxonMobil, a Guiana. Convoco o povo a denunciar isso em todas as ruas, em todas as comunidades”, declarou Maduro, depois de citar Machado e outros adversários políticos, como o ex-candidato à presidência Henrique Capriles e os ex-parlamentares Juan Guaidó e Julio Borges.
“Chega de traições”, comentou, referindo-se ao grupo de antichavistas que ele descreveu como “a casta corrupta da ultradireita oligárquica”, sem explicar como ele espera que os cidadãos denunciem seus adversários políticos “em cada rua”.
Vários opositores questionaram os resultados oficiais do referendo sobre Essequibo, segundo os quais quase 51% do eleitorado participou, em contraste com o baixo comparecimento às urnas no dia da votação.
Machado, candidata da principal coalizão de oposição, expressou sua preocupação na quinta-feira com a possibilidade de o governo optar por uma guerra com a Guiana, com o intuito de distrair a atenção e impedir a realização de eleições presidenciais na Venezuela, programadas para o segundo semestre de 2024.
A ex-deputada, que venceu as primárias da oposição no dia 22 de outubro, está inabilitada para ocupar cargos públicos eletivos, o que significa que, se a sanção não for revogada, ela não poderá participar das eleições de 2024.