Maduro pede ajuda à China e propõe liderança em novos investimentos

07/11/2020 20:14 Atualizado: 07/11/2020 20:14

Por Agência EFE

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, pediu ajuda da China na sexta-feira (6) para reanimar a economia nacional e ofereceu a liderança dos novos investimentos que o país espera captar com a Lei Antibloqueio, que permite que o governo oculte determinados acordos.

“Peço a ajuda da China, peço a ajuda do (presidente) Xi Jinping, com sua experiência científica, tecnológica, econômica, para que a Lei Antibloqueio seja a expressão de novas parcerias no crescimento da economia real”, disse o presidente durante uma reunião em Caracas com empresários chineses.

Maduro garantiu que explicará este assunto ao presidente chinês em uma carta, mas não esclareceu se a já enviou ou quando planeja enviá-la.

“Convidamos a China, em toda sua integridade, todas as empresas públicas, mistas e privadas da China a virem, através da Lei Antibloqueio, para tomarem uma posição dianteira no investimento para o desenvolvimento nos termos da estreita cooperação entre China e Venezuela, nos termos de lucro compartilhado”, complementou.

O ditador venezuelano disse aos empresários chineses que a Venezuela está aberta ao investimento em petroquímica, assim como à expansão de investimentos em complexos e sistemas de refino e “em todos os níveis da indústria energética venezuelana”.

“Estamos abertos, prontos e dispostos a avançar rapidamente em investimentos em ouro, ferro, aço, alumínio, pedras preciosas. A Lei Antibloqueio permite tudo, vamos fazer, vamos construir em uma nova etapa”, explicou.

Da mesma forma, Maduro mostrou a possibilidade de novos investimentos serem utilizados para a construção de “polos turísticos especiais para o turista chinês” que eventualmente, sugeriu, podem ser nas áreas virgens do Caribe venezuelano.

LEI QUE ANULA LEIS

A Lei Antibloqueio foi aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte – composta apenas por funcionários do governo e não reconhecida por vários países – em outubro, após um único debate no qual os 44 artigos não foram discutidos, mas três oradores defenderam a necessidade de dar aval à legislação com urgência.

Esta lei visa, de acordo com seu artigo 1, fornecer ao “poder público” ferramentas legais para “neutralizar, mitigar e reduzir, de maneira eficaz, urgente e necessária, os efeitos nocivos gerados pela imposição” de sanções financeiras, principalmente as aplicadas pelos Estados Unidos.

De acordo com o artigo 19, “quando for necessário superar os obstáculos ou compensar os danos (das sanções)”, o Executivo procederá a “desconsiderar, para casos específicos, aquelas normas de classificação legal ou sublegal cuja aplicação seja impossível ou contraproducente”.

A lei foi elaborada e proposta por Maduro, segundo afirmou, e estará em vigor até o fim de todas as sanções impostas. De acordo com o governo venezuelano, só os EUA já aplicaram mais de 300 sanções ao país sul-americano.

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