Por EFE
Caracas, 27 abr – O governante da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou nesta segunda-feira como ministro do Petróleo o vice-presidente de Economia, Tareck El Aissami, acusado pelos Estados Unidos de tráfico de drogas e por cuja captura o governo americano oferece US$ 10 milhões.
A inesperada decisão de Maduro foi publicada através do Diário Oficial da Venezuela publicado na segunda-feira e instrui El Aissami para reestruturar e reorganizar a pasta.
“A nomeação foi feita a fim de adotar as medidas necessárias para garantir a segurança energética do país e proteger a indústria da agressão multiforme externa e interna”, diz a nota no Diário Oficial.
O governo dos EUA impôs punições ao novo ministro em 2017, acusando-o de desempenhar um papel significativo no narcotráfico internacional. No dia 26 de março, ele foi incluído na lista americana de 15 venezuelanos, que conta também com Maduro, acusados de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e terrorismo.
NOVO PRESIDENTE DA PDVSA
No Diário Oficial, junto com a nomeação de El Aissami, Maduro também anunciou o novo presidente da empresa estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) e de seu conselho de administração, Asdrubal Chávez, primo do presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e que já era responsável pela Citgo, subsidiária americana da empresa.
Até esta segunda-feira, o responsável tanto pelo Ministério quanto pela presidência da PDVSA era o Major-General Manuel Quevedo.
Além disso, o governante venezuelano eliminou o cargo de vice-ministro de Refinação e Petroquímica, cujas competências foram transferidas para outras pastas.
RENOVAÇÃO EM ANDAMENTO DESDE MARÇO
Em março, o governo venezuelano renovou a liderança da companhia petrolífera, que havia sido declarada em emergência em meados de fevereiro. Foram trocados quatro vice-presidentes, mas à época Quevedo havia sido mantido como presidente. Na ocasião, foram alterados os vice-presidentes de Exploração e Produção, Refinação, Comércio e Abastecimento e Finanças.
Da mesma forma, Germán Márquez Gil foi nomeado presidente responsável pela Corporación Venezolana de Petróleo (CVP), uma das subsidiárias da PDVSA.
As mudanças na liderança da companhia petrolífera estatal vieram depois que Maduro declarou a emergência da PDVSA em 19 de fevereiro e nomeou o vice-presidente econômico, Tarek el Aissami, para chefiar uma comissão para reestruturar o setor.
OPOSIÇÃO E GOVERNO DISPUTAM INDÚSTRIA
A indústria petrolífera, principal fonte de divisas para a economia venezuelana, está no meio da disputa política entre o Chavismo e a oposição.
Desde o ano passado, a Citgo está sob o controle de um conselho de administração ‘ad hoc’ nomeado pela Assembleia Nacional e que responde ao líder da oposição, Juan Guaidó. Tudo isso em meio às punições ordenadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Entretanto, a administração de Maduro denunciou a ilegalidade dessa medida que, segundo ela, busca se apropriar dos bens do país caribenho.