Maduro investe na Huawei para facilitar “controle e repressão” do povo venezuelano

Empresa é peça chave na disputa comercial entre a China e os EUA

12/06/2019 16:46 Atualizado: 12/06/2019 16:46

Por Voice of America

A secretária-adjunta de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado americano, Kimberly Breier, disse em sua conta no Twitter que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, está investindo na tecnologia chinesa para manter “seu controle e repressão”.

Maduro anunciou no final de maio que investirá na multinacional Huawei e em outras empresas chinesas e russas para aumentar a capacidade de telecomunicações e estabelecer o sistema 4G na Venezuela. Na presença de militares, ele ordenou, sem dar detalhes, realizar um “investimento imediato”.

Em um tweet publicado na segunda-feira (10), a autoridade americana disse que a China “não ajuda o povo venezuelano”.

Breier disse em abril que governos opressores estão comprando tecnologia da China que lhes permite rastrear e monitorar seus cidadãos.

O anúncio de Maduro causou repúdio imediato do presidente encarregado Juan Guaidó, que lidera um plano para acabar com a crise que a Venezuela está experimentando, a começar pela retirada do poder do presidente em disputa.

Guaidó argumenta que Maduro tem uma “desconexão absoluta com a realidade” e assegura que as falhas nos serviços dentro na Venezuela são uma consequência do “mau uso dos recursos e fundos do Estado”.

A Huawei é peça chave na disputa comercial entre a China e os Estados Unidos. O governo americano proibiu empresas norte-americanas de usar dispositivos fabricados por empresas que possam representar um risco para a segurança nacional, dentre elas a Huawei.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, disse em maio que “a Huawei é um instrumento do regime chinês”. Em entrevista à Fox Business Network, ele disse que a empresa chinesa recebe ordens do governo de Pequim. “Eles estão profundamente conectados. É meio difícil para os americanos entenderem.”

No final de maio, a Huawei entrou com um recurso legal para que se declare inconstitucional a lei de defesa dos Estados Unidos, a mais recente tentativa da empresa de evitar sanções que ameaçam expulsá-la dos mercados globais.