Por Sabrina Martín, Epoch Times
Caracas será palco do Foro de São Paulo, evento que reunirá centenas de representantes de esquerda que apoiam a ditadura de Maduro; uma convocação que custou à Venezuela pelo menos 200 milhões de dólares, e que será realizada dentro de alguns dias após a ocorrência de um novo apagão nacional que deixou o país no escuro.
Enquanto o país sul-americano enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, o regime ditatorial gasta essa cifra milionária, que poderia ser usada para salvar as vidas de centenas de venezuelanos que correm risco de morte devido à falta de tratamento. A prioridade da ditadura é congregar centenas de comunistas com prontuário e perpetradores de violações dos direitos humanos. Enquanto isso, ele diz que é vítima de um bloqueio econômico que não lhe permite importar alimentos ou remédios.
O deputado venezuelano, Leonardo Regnault, denunciou que a organização do Foro de São Paulo custou à Venezuela 200 milhões de dólares.
“Este foro é um templo montado para que os amigos façam turismo ideológico, enquanto o povo venezuelano sofre de fome, miséria e necessidades, enquanto o povo venezuelano morre em hospitais e não tem acesso a remédios e alimentos”, afirmou.
Diputado Regnault: Realizar el Foro de Sao Paulo en Caracas le cuesta $200 millones a los venezolanos https://t.co/jWMH9Gy6JB pic.twitter.com/aLzqmQTzha
— Centro de Comunicación Nacional (@Presidencia_VE) July 22, 2019
O deputado explicou que, com o montante gasto pelo regime neste evento, “o Hospital de Coche, que ficou fechado por mais de oito meses, poderia ter sido reformado. Também poderia ter sido usado para ajudar pacientes renais, pacientes crônicos ou para combater a desnutrição infantil”.
Faltando pouco tempo para realização do evento chavista, um blecaute nacional foi registrado na Venezuela, onde a maioria dos estados do país ficou às escuras; no entanto, os recursos estão sendo desviados para fazer proselitismo político e propaganda no âmbito do Foro de São Paulo.
O Foro vai receber, de 25 a 28 de julho em Caracas, 800 delegados; entre eles, uma delegação das FARC que, segundo o jornalista Maibort Petit, obteve permissão para deixar a Colômbia graças a uma carta que o Chavista Diosdado Cabello teria enviado à Jurisdição Especial pela Paz (JEP).
As reações à realização do Foro não demoraram a aparecer; a senadora colombiana do Centro Democrático, María Fernanda Cabal, descreveu o Foro como o “cenário ideal para a incubação permanente do esquerdismo revolucionário”.
Por meio de uma carta enérgica, o senador diz que o evento é formado por “governantes que se metem no poder e se tornam ditadores genocidas que proclamam a luta de classes enquanto aprisionam, torturam e assassinam aqueles que têm a coragem de se opor”.
Foro de São Paulo apoia os crimes de Maduro
O presidente da Grande Aliança Nacional, Enrique Aristeguieta Gramcko, emitiu uma carta pública segunda-feira (22) em repúdio ao Foro de São Paulo.
“Mas quando você vem ao nosso país para apoiar a ditadura venezuelana, você está traindo seus próprios postulados; porque Maduro empobreceu os cidadãos, violou os direitos humanos, destruiu o setor de mineração e atacou ferozmente as comunidades indígenas”, diz Gramcko.
“Quando você vem para a Venezuela, esquece que o regime de Maduro não é um governo, mas um conglomerado de organizações criminosas. Você sabia que nos tornamos a capital mundial da cocaína? Você nunca ouviu falar do Cartel dos Sóis? Ninguém o informou sobre os vínculos com o Hezbollah? Você não viu os vídeos do contrabando em veículos oficiais?”, lembra ele.
“Senhores do Foro de São Paulo: o que vocês vem apoiar é outra coisa, é o crime organizado; e, dessa maneira, causam enormes danos à causa que afirmam defender”, disse ele.
Segundo o advogado e cientista político Carlos Sánchez Berzain, “o Foro de São Paulo certifica que é o disfarce político do crime organizado. Em sua declaração em Havana de 2018, na qual, no slogan “até a vitória sempre”, politiza – entre outros – os atos criminosos de Nicolás Maduro e os crimes de Daniel Ortega; qualifica como perseguição política a ação da justiça contra Rafael Correa e como ataques parlamentares ou judiciários ao estado de direito, apoia a quarta candidatura consecutiva de Evo Morales, também defende as plantações de coca, oculta e justifica a violação dos direitos humanos do povo de Cuba”.