Maduro expulsa embaixadores de sete países que contestaram resultado das “eleições” na Venezuela

O país enfrenta um momento de tensão com manifestações ocorrendo em diversos estados após o CNE anunciar a "vitória" de Maduro nas "eleições".

Por Redação Epoch Times Brasil
29/07/2024 19:41 Atualizado: 29/07/2024 19:43

O ditador Nicolás Maduro expulsou nesta segunda-feira (29) todo o corpo diplomático de sete países que contestaram os resultados das recentes “eleições” presidenciais na Venezuela.

Em um comunicado oficial, o ministro das Relações Exteriores, Yván Gil Pinto, declarou que o país “rejeita as ações e declarações de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com ideologias sórdidas do fascismo internacional”.

Até o momento, diplomatas dos seguintes países foram expulsos:

  • Chile
  • Panamá
  • Uruguai
  • Argentina
  • República Dominicana
  • Peru
  • Costa Rica

As expulsões ocorrem logo após as eleições presidenciais de domingo (28), nas quais Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Brasil, com 51,2% dos votos.

Em seu primeiro discurso após a divulgação dos resultados, Maduro afirmou: “Não permitiremos que governos estrangeiros imponham suas agendas sobre a vontade do povo venezuelano”.

O resultado foi contestado por diversos países e pela oposição venezuelana, que alegam fraudes e irregularidades no processo eleitoral. A líder da oposição, Maria Corina Machado, afirmou que continuará a batalha “até ao fim”.

“Isso significa que todos ficaremos nos centros de votação até que os votos sejam contados e os boletins de urna sejam obtidos. Faremos prevalecer a verdade e respeitaremos a soberania popular”, escreveu na rede social X pouco antes do anúncio da vitória de Maduro.

Panamá retira diplomata da Venezuela

O Panamá anunciou nesta segunda-feira (29) que retirará seus diplomatas de Caracas, capital da Venezuela. O presidente panamenho, José Raúl Mulino, também informou que as relações bilaterais com a Venezuela foram suspensas.

“A relação estabelecida com a República da Venezuela foi danificada. Primeiro, pelo fechamento unilateral por parte do governo venezuelano do espaço aéreo para voos da Copa Airlines. Em 2º lugar, pelo que aconteceu no dia de ontem: um assalto ao sistema democrático. Não podemos olhar para o outro lado antes da intenção de golpe institucional na decisão soberana do povo da Venezuela. Tenho certeza de que dentro da democracia tudo, mas fora da democracia nada. O Panamá não será condescendente com a manipulação. O governo do Panamá anuncia a retirada do pessoal diplomático da Venezuela e suspende as relações diplomáticas enquanto não se realizar uma revisão das atas e do sistema informático de escrutínio de votação que permita conhecer a genuína vontade popular”, disse Mulino em publicação no X.

Mulino classificou a situação política na Venezuela como um “regime ditatorial” e anunciou que solicitará uma reunião com os ministros de Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos (OEA) para discutir a situação.

Protestos tomam a Venezuela um dia após eleições

Desde o anúncio da suposta vitória de Nicolás Maduro, o país tem testemunhado intensos protestos em diversas regiões. 

Milhares de pessoas saíram às ruas ou realizaram panelaços em suas janelas para expressar sua indignação contra a reeleição divulgada nas primeiras horas de segunda-feira (29) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), associado ao chavismo. 

Em um dos protestos, manifestantes derrubaram uma estátua do ditador Hugo Chávez, que faleceu em 2013, na avenida Shema Saher, em Coro, no estado de Falcón.

No centro de Caracas, muitos comerciantes optaram por manter seus negócios fechados em sinal de protesto. Até o momento, Nicolás Maduro não se manifestou oficialmente sobre as manifestações.