Maduro convoca Conselho de Defesa após ameaça de sanções dos EUA

19/07/2017 11:26 Atualizado: 19/07/2017 11:26

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se reuniu ontem (18) com o Conselho de Defesa do país para planejar ações frente à ameaça do líder americano Donald Trump de aplicar sanções econômicas à Venezuela, segundo mensagens divulgadas em sua conta no Twitter. Maduro chamou ao palácio presidencial de Miraflores os representantes dos poderes do Estado “para responder integralmente à ameaça imperial”, declarou no Twitter.

“A resposta será muito firme, em defesa do Patrimônio Histórico Anticolonial e Anti-imperialista da nossa pátria. Unidos somos invencíveis”, afirmou o mandatário em outra mensagem na rede social. Conforme imagens divulgadas pela televisão estatal, estavam com Maduro, entre outros, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e os presidentes do Supremo Tribunal e do Poder Eleitoral, Maikel Moreno e Tibisay Lucena. O presidente do Parlamento, Julio Borges, não compareceu.

Mais cedo, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou a Venezuela com sanções econômicas, cogitando inclusive uma possível proibição de importação do petróleo do país vizinho, caso Maduro insista em convocar a Assembleia Constituinte para reescrever a constituição. “Os Estados Unidos não ficarão de braços cruzados enquanto a Venezuela desmorona. Se o regime de Maduro impuser a sua Assembleia Constituinte em 30 de julho, os Estados Unidos tomarão fortes e rápidas ações econômicas”, frisou.

Maduro, que anunciou que vai realizar uma eleição nacional no dia 30 para eleger uma nova assembleia constituinte que irá reescrever a constituição, precisa dos mercados internacionais de petróleo para obter financiamento para seu governo.

Quando da convocação do Conselho de Defesa, o socialista garantiu que a reação do Estado a essas ameaças será “muito firme, em defesa do patrimônio histórico anticolonialista e anti-imperialista” da Venezuela. “Ninguém dá ordens a nossa pátria e nenhum governo estrangeiro a governa… Aqui mandamos os venezuelanos… Aqui manda o povo”, escreveu Maduro em seu Twitter na sequência da notícia das prováveis sanções. Maduro havia convocado o Conselho de Defesa anteriormente, em 31 de março, depois que a procuradora-geral, Luisa Ortega, classificou as decisões do Supremo Tribunal de Justiça como uma “ruptura da ordem constitucional”.

O jornal El Universal, da Venezuela, noticiou mais cedo que um grupo de senadores da Colômbia e do Chile entregaram uma denúncia na Corte Internacional em Haia contra Maduro por crimes como tortura, segregação e homicídios seletivos durante a repressão das manifestações de opositores do governo.

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