O presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira, durante sua visita oficial ao Brasil, abrir mão das atuais negociações entre o Mercosul e a União Europeia e recomeçar do zero a elaboração de um novo acordo comercial.
Macron abordou o tema durante em discurso em um fórum empresarial em São Paulo. Ele alegou que o texto atual é “péssimo” tanto para o bloco sul-americano quanto para o europeu “porque foi negociado há 20 anos”.
O presidente francês defendeu o recomeço das negociações considerando “o mundo de hoje”, incluindo pontos como a proteção da biodiversidade e do clima.
“Vamos pôr um fim a 20 anos atrás e construir um novo acordo baseado em nossos objetivos, em nossas realidades. Em outras palavras, um acordo comercial que seja responsável, do ponto de vista do desenvolvimento, do clima e da biodiversidade. Um acordo de nova geração”, afirmou.
Macron enfatizou que não pode aceitar um pacto que permita que empresas estrangeiras exportem para a França sem garantias de que atendam às exigências ambientais impostas aos industriais e agricultores do país.
As negociações entre o Mercosul e a União Europeia para um acordo comercial começaram há duas décadas, e os dois blocos chegaram a um princípio de acordo em 2019.
No entanto, as negociações finais foram paralisadas devido às exigências ambientais introduzidas no ano passado por um grupo de países europeus liderados pela França.
Macron fez as observações em um fórum de negócios em São Paulo, que também contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, além de outras autoridades e cerca de 200 empresários de ambos os países.
São Paulo é a penúltima parada da viagem de Macron ao Brasil, depois de uma visita a Belém na terça-feira e participar de uma cerimônia de lançamento de submarino em Itaguaí (RJ) nesta quarta-feira, em ambos os casos ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Macron encerrará a agenda no Brasil na quinta-feira com uma visita oficial a Brasília, durante a qual discutirá questões políticas e econômicas com Lula.