Por Agência EFE
O presidente da França, Emmanuel Macron, advertiu nesta segunda-feira que não está totalmente satisfeito com o texto jurídico obtido no acordo de livre-comércio assinado em junho entre a União Europeia e o Mercosul, que ainda será discutido para que haja garantias adicionais.
“Não estou totalmente satisfeito com o texto jurídico que obtivemos. Teremos uma nova discussão no outono (no hemisfério norte)”, afirmou Macron em entrevista coletiva em Paris junto com o presidente de União das Comores, Azali Assoumani.
Questionado sobre o acordo de livre-comércio UE-Canadá (CETA), que será submetido a uma votação de ratificação amanhã na Assembleia Nacional francesa, o chefe de Estado se referiu também ao assinado com o Mercosul, para o qual, segundo lembrou, a França pediu “uma série de garantias”.
A porta-voz de seu governo, Sibeth Ndiaye, detalhou no último dia 10 que a França fixou três condições ambientais, sanitárias e de salvaguarda para setores que Paris considera “sensíveis”, como de carne bovina, que devem ser resolvidas nos próximos meses.
Isso deve ocorrer antes de os chefes de Estado e de Governo da UE darem sinal verde ao pacto no começo de 2020 para iniciar o processo de ratificação em cada um dos Estados-membros.
Sobre o CETA, Macron defendeu a ratificação do mesmo, que “vai no sentido correto”, em resposta ao pedido de seu ex-ministro da Ecologia, Nicolas Hulot, que solicitou aos deputados que o rejeitem.
Macron reprovou a atitude de Hulot por não ter dito isso quando tinha responsabilidade ministerial e lembrou que, quando foi eleito, o acordo com o Canadá já tinha sido assinado.
Nesse sentido, explicou que foi feito “um grande trabalho”, no qual o próprio Hulot participou, “para melhorar esse texto e obter garantias”, em particular com cláusulas de salvaguarda ambiental.
Além destes dois casos, Macron afirmou que a UE deve seguir negociando acordos comerciais para não se isolar, mas incorporando novos critérios.
“Acredito que o modelo de trocas comerciais que só respondem a uma agenda econômica e comercial é algo do passado. Temos que integrar nossos critérios sociais e ambientais”, frisou.