O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (06) ao líder do Partido Comunista Chinês (PCCh), Xi Jinping, que uma paz na Ucrânia “deve respeitar o povo agredido, que é o povo ucraniano”, após uma reunião realizada em Pequim no âmbito da sua visita ao gigante asiático.
Macron lembrou que “um país decidiu violar a Carta das Nações Unidas”, em referência à Rússia, e alertou que não pode haver uma “organização estável de segurança na Europa” enquanto um país do continente estiver ocupado.
Embora o presidente francês tenha considerado que tanto Pequim quanto Paris querem “proteger o direito internacional”, também apontou que “o respeito pela soberania e integridade territorial da Ucrânia” é a “condição para uma paz duradoura”.
“Sei que posso contar com vocês para fazer a Rússia ver a razão e trazer o mundo inteiro para a mesa de negociações”, disse Macron, acrescentando que “a agressão da Rússia contra a Ucrânia foi um golpe para a estabilidade mundial e pôs fim a décadas da paz na Europa”.
Durante uma declaração conjunta à imprensa após sua reunião na capital chinesa, Macron afirmou que “deve ser encontrada uma paz duradoura que respeite as fronteiras internacionalmente reconhecidas e evite qualquer forma de escalada” da situação.
Macron falou depois de Xi, que por sua vez instou seu homólogo francês a fazer com que ambos os países mantenham uma atitude “razoável” destinada a “evitar um agravamento da situação na Ucrânia”.
O presidente francês ressaltou a “oportunidade” de ter após o encontro com Xi uma discussão sino-europeia junto com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também em Pequim, e que após a sessão tripartida se reunirá a sós com o presidente chinês.
“Acho que é uma oportunidade de progredir em algumas das questões que nos preocupam”, comentou Macron.
Da mesma forma, o presidente francês expressou o desejo da França de continuar, junto com a China, “a luta contra a mudança climática” e o trabalho em áreas como “biodiversidade, segurança alimentar e uma nova associação financeira”.
“Sabemos das diferenças que existem entre os nossos modelos e vamos falar sobre eles com franqueza e respeito”, declarou Macron, que, embora tenha apontado que “ainda há muito por fazer”, comemorou o reatamento dos contatos presenciais com o gigante asiático, que suspendeu quase todas as visitas de dirigentes estrangeiros durante a vigência da política de “covid zero” entre 2020 e o final de 2022.
Macron é o segundo líder europeu a viajar para a China – depois do espanhol Pedro Sánchez na semana passada – desde que Xi se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin em Moscou para apresentar suas propostas de paz para a guerra na Ucrânia e mostrar a solidez da relação bilateral.
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