A líder opositora venezuelana María Corina Machado disse nesta terça-feira (06) que “não há volta atrás” na Venezuela até que seja validado o triunfo que, segundo ela, o candidato presidencial da oposição Edmundo González Urrutia obteve nas eleições de 28 de julho.
“Surgiu uma verdade que ninguém pode mudar: González Urrutia é o presidente eleito da Venezuela (…) devemos defender essa verdade e afirmar nossa vontade imparável. Ninguém disse que isso seria fácil, mas que fique bem claro para o mundo, não há como voltar atrás, isso é irreversível e é até o fim”, declarou a ex-deputada em áudio divulgado nas redes sociais.
“Ninguém neste movimento de cidadãos pode abandonar a luta, somos todos necessários (…) vamos reverter todos os obstáculos (…) cada etapa desta luta tem seu desenvolvimento ao longo do tempo e isso faz parte de nossa estratégia”, afirmou.
Machado pediu aos apoiadores que mantenham “unidade e firmeza” e que cuidem “uns dos outros, tanto nas ruas quanto nas redes sociais”, justamente quando aumentam as prisões de antichavistas que protestaram contra o resultado anunciado pelo CNE, e que o Ministério Público (MP) assinala como terroristas.
“O medo não nos paralisará, nós o venceremos e não sairemos das ruas”, acrescentou Machado, depois de esclarecer que seu plano não contempla “estar sempre nas ruas”, mas inclui “momentos de preparação” para, entre outras coisas, “coordenar com aliados em todo o mundo, que são muitos”.
Machado denunciou que Maduro – que nos últimos dias pediu para a população parar de usar o Whatsapp e disse que o TikTok e o Instagram são multiplicadores de ódio – busca intimidar os venezuelanos de se comunicarem, após uma onda de protestos contra a fraude que deixou mais de 2.000 presos e 13 mortos.
“Porque, isolados, seríamos muito mais fracos e isso não vai acontecer. Sempre encontraremos maneiras de nos manter em contato”, acrescentou Machado, que promoveu a criação do site no qual a PUD divulgou “83,5%” das atas de votação que mostram, de acordo com a oposição, que seu candidato venceu Maduro por uma ampla margem.