O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou apoio a Gustavo Petro, presidente da Colômbia, após o Conselho Nacional Eleitoral da Colômbia (CNE) abrir uma investigação sobre os gastos de sua campanha. Além disso, apoiadores do atual presidente entraram com denúncias na Organização das Nações Unidas (ONU) contra as investigações do CNE.
“Como alguém que já foi vítima de todo tipo de perseguição política, manifesto minha solidariedade ao presidente Gustavo Petro”, escreveu Lula em uma postagem no X. “Não se pode abrir mão do devido processo legal, ainda mais quando o que está em jogo é a vontade do povo expressa democraticamente pelas urnas. Lembro que, em 2016, a presidenta Dilma foi vítima de um processo de impeachment sem fundamentação legal e esse foi o início de um período turbulento e traumático na história do Brasil”.
Além do presidente brasileiro, a bancada colombiana do Pacto Histórico, que apoia Petro, anunciou que apresentou uma denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU). O parlamentar colombiano Alejo Toro informou que a denúncia, com provas reunidas, foi enviada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, acusando o CNE de extrapolar suas funções e perseguir politicamente o Petro.
A investigação do CNE contra Petro busca apurar supostos excessos nos gastos de campanha, mas Petro e seus aliados consideram a ação uma tentativa de desestabilização política.
O presidente colombiano afirmou que o objetivo do CNE seria abrir caminho para um julgamento de “indignidade” na Câmara, algo que, segundo ele, viola a Convenção Americana de Direitos Humanos, pois a perda de direitos políticos só pode ocorrer em casos de crimes comprovados.
O crime de “indignidade”, citado por Petro, refere-se à possibilidade de perda de direitos políticos ou destituição por ações incompatíveis com a dignidade do cargo, mesmo sem envolver crimes penais.
CNE investiga campanha de Gustavo Petro
O CNE da Colômbia abriu a investigação contra a campanha de Gustavo Petro, apontando supostas irregularidades financeiras nas eleições de 2022.
O CNE alega que a campanha excedeu os limites de gastos em ambos os turnos, omitindo doações e despesas, incluindo contribuições da Federación Colombiana de Trabajadores de la Educación (Fecode) e de fontes proibidas, como sindicatos.
Além de Petro, partidos que apoiaram sua candidatura, como o Movimiento Colombia Humana e o Partido Unión Patriótica, também estão envolvidos na investigação. O CNE acusa essas legendas de não cumprirem as regras de financiamento eleitoral, ao permitirem o uso de recursos ilegais na campanha.