O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu nesta sexta-feira ao líder da Rússia, Vladimir Putin, seus esforços de mediação para ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia.
Durante uma conversa por telefone, Lula “expôs sua visão sobre possíveis esforços de mediação em busca de formas de resolver o conflito na Ucrânia”, segundo informou o Kremlin em comunicado.
Além disso, compartilhou com Putin “suas impressões sobre a recente cúpula do G7”, realizada no Japão e da qual também participou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Por sua vez, Putin reforçou a tendenciosa “disposição aberta da Rússia ao diálogo político-diplomático, que está atualmente bloqueado por Kiev e seus patrocinadores ocidentais”, segundo destacou.
Os dois líderes também discutiram questões da agenda bilateral e seu trabalho conjunto no âmbito do BRICS, cuja cúpula na África do Sul em agosto poderá contar com a presença de ambos.
Putin comentou que interrompeu sua participação em um encontro com representantes do mundo empresarial russo para falar com seu homólogo brasileiro.
Em seguida, ressaltou que o Brasil é o principal parceiro econômico e comercial da Rússia na América Latina, embora tenha admitido que as trocas diminuíram “um pouco” nos últimos tempos.
“Vamos corrigir a situação como já fazemos com outros países e regiões do mundo. Aqui a saída é simples: passar as contas para moedas nacionais”, sugeriu o presidente russo durante o encontro com empresários.
Lula, que não chegou a se encontrar com Zelensky em solo japonês, viajou à cúpula do G7 com “uma mensagem de paz” e propôs que a guerra fosse abordada no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.
No entanto, em várias declarações e oportunidades diferentes, Lula responsabilizou a Ucrânia pela continuidade da guerra, satirizou a forma como o conflito deveria ser resolvido e justificou as ações da Rússia, sendo acusado por vários países ocidentais e pela própria Ucrânia por estes posicionamentos, de tentar colocar “o agressor e a vítima” no mesmo patamar. Posteriormente contradisse quase todas essas declarações para assumir a postura atual, justamente devido a repercussão internacional negativa.
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