O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, em Brasília, e informou que viajará à Rússia para participar da próxima cúpula de líderes do BRICS, que será realizada em outubro, na cidade de Kazan.
“Lula confirmou que irá à Rússia para a cúpula dos BRICS”, informou a presidência brasileira em nota ao final da reunião.
Esta será a primeira viagem de Lula à Rússia desde que assumiu um terceiro mandato em 1º de janeiro de 2023.
O grupo BRICS foi fundado em 2009 por Brasil, Rússia, Índia e China, e mais tarde recebeu a adesão da África do Sul. Em 1º de janeiro, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes e Arábia Saudita se juntaram ao fórum.
Lula se reuniu com Lavrov – que viajou do Rio de Janeiro, após participar da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 – no Palácio da Alvorada e, entre outros assuntos, discutiram a guerra na Ucrânia.
O petista insistiu com Lavrov que o Brasil “continua disposto a colaborar com os esforços em defesa da paz” como forma de resolver o conflito que se arrasta há dois anos.
Lula também reafirmou “a importância de uma nova governança global para lidar com questões como a inteligência artificial e as mudanças climáticas, que não podem ser enfrentadas isoladamente”, e “a necessidade de melhorar os mecanismos de financiamento para os países em desenvolvimento”.
Por sua vez, o chefe da diplomacia russa reiterou a Lula seu apoio para que o Brasil assuma um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em nível bilateral, o líder brasileiro destacou o fluxo comercial recorde alcançado pelos dois países em 2023 e transmitiu a ele a “necessidade de diversificar a agenda comercial”.
A visita de Lavrov ocorreu um dia depois de Lula receber o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que também esteve presente na cúpula de ministros das Relações Exteriores do G20, encerrada nesta quinta-feira no Rio.
Com Blinken, Lula também discutiu a guerra desencadeada pela invasão russa na Ucrânia e, de acordo com um comunicado da Presidência do Brasil, “reafirmou seu desejo de paz” e a busca de uma solução negociada.
De acordo com fontes americanas, Blinken afirmou que não existem “condições” para isso e ressaltou o firme apoio dos Estados Unidos a Kiev.
Até o momento, Lula tem defendido iniciativas para promover um diálogo entre Moscou e Kiev a fim de conseguir pelo menos um cessar-fogo, o que tem sido rejeitado pelas potências ocidentais, por considerarem que isso colocaria “o país agressor e o país invadido” no mesmo patamar.