O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira perante a Assembleia Geral da ONU que a guerra na Ucrânia é a prova da “incapacidade” da própria organização e da comunidade internacional, que aposta mais nas armas do que na paz.
“Não haverá sustentabilidade nem prosperidade sem paz. Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana. Conhecemos os horrores e os sofrimentos produzidos por todas as guerras. A promoção de uma cultura de paz é um dever de todos nós”, declarou Lula.
“É perturbador ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças”, acrescentou, citando os muitos conflitos que persistem no Oriente Médio, na África e em outras regiões do mundo, para em seguida se referir especificamente ao conflito em território ucraniano.
“A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU”, afirmou Lula diante de uma plateia na qual estava presente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Tenho reiterado que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações”, destacou, criticando ainda que “investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento”.
Além disso, Lula se manifestou contra qualquer tentativa de “reeditar a Guerra Fria” e condenou que os próprios países-membros do Conselho de Segurança da ONU “travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime”.
Segundo o presidente, a “paralisia” do Conselho de Segurança “é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia”.
Nesta quarta-feira, no âmbito da Assembleia Geral, Lula pretende reunir-se pela primeira vez com Zelensky, naquele que será o primeiro encontro pessoal entre os dois depois de uma conversa por videoconferência em março.
Lula esteve junto com Zelensky também em maio na Cúpula do G7 realizada na cidade japonesa de Hiroshima e, embora tivessem concordado em se encontrar pessoalmente, a reunião não ocorreu devido a supostos “problemas de agenda”.
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