Lukashenko diz que Bielorrússia assinará contrato vinculativo com Grupo Wagner

Por Agência de Notícias
06/07/2023 16:01 Atualizado: 06/07/2023 16:01

O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou nesta quinta-feira que será assinado um contrato juridicamente vinculativo com o Grupo Wagner, embora até o momento não tenham sido definidos os detalhes de sua presença no país, uma vez que os mercenários têm “uma visão diferente” de sua implantação.

“A nível de lei ou decreto presidencial, será determinado o quadro em que esta unidade irá operar” em Belarus e “tudo” será estabelecido nela, disse o chefe de Estado em um encontro com meios de comunicação estrangeiros e bielorrussos, de acordo com a agência oficial de notícias de Belarus “BelTA”.

Lukashenko explicou, no entanto, que a questão do destacamento de Wagner para Bielorrússia após o motim abortado em 24 de junho e o acordo que ele negociou entre os mercenários e o Kremlin ainda não foi resolvido.

“Até o momento, a questão da redistribuição e implantação da unidade não foi resolvida”, disse.

“Não estamos construindo acampamentos. Oferecemos a eles vários antigos acampamentos militares que foram usados em tempos de guerra. Mesmo perto de Osipovichi”, a sudeste de Minsk, afirmou.

“Mas o Grupo Wagner tem uma visão diferente para a sua implantação. Naturalmente, não vou dizer qual é essa visão”, acrescentou, embora tenha revelado que a principal questão é onde estarão localizados os mercenários.

Lukashenko destacou que a decisão não depende dele, mas da liderança de Moscou e de Wagner, que ainda estão em seus acampamentos na Rússia, destacou.

Ele enfatizou que se trata de unidade mais experiente em combate e que pode servir a defesa da Bielorrússia se o país for atacado, mas afirmou que ninguém será atacado a partir do território bielorrusso, nem a Ucrânia a partir da fronteira sul.

“Nunca atacamos ninguém. Eu já disse isso antes. E não vamos atacar. E ninguém vai atacar ninguém do nosso território. Se uma agressão for cometida contra nós, vamos responder. E se o Grupo Wagner estiver aqui, eles, assim como o Exército bielorrusso, defenderão nossos interesses”, enfatizou.

Lukashenko também anunciou que planeja se encontrar em breve com o líder russo, Vladimir Putin, com quem abordará a questão do futuro dos mercenários.

Ao mesmo tempo, sugeriu que, apesar da rebelião armada liderada por Wagner, que foi classificada como “traição” por Putin, eles poderiam continuar trabalhando no interesse da Rússia.

“Não acho que haja nenhum problema para os wagneritas trabalharem no interesse da Rússia. Perder essa unidade com todas as nuances (sobre o que aconteceu) é impossível. (…) Existem cerca de duas dezenas de heróis da Rússia”, frisou.

Entre para nosso canal do Telegram