Por Agência EFE
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, negou nesta quinta-feira (24) ter espionado jornalistas e defensores dos direitos humanos que criticam seu governo, segundo foi publicado pelo jornal “El Universal”.
“Não faz sentido pensar que vamos espioná-los, é falso. Não faz sentido, porque é totalmente falso, é porque este jornal se dedica a difamar, é o submundo do jornalismo”, criticou o presidente mexicano em sua entrevista coletiva diária.
López Obrador expôs hoje no Palácio Nacional, sede do governo mexicano, o texto do “El Universal” denunciando a suposta espionagem de áreas de segurança civil e militar para “pressionar, intimidar e intimidar”.
O artigo, que cita ativistas como Jan-Albert Hootsen, representante do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) no México, denuncia a espionagem contra colunistas de destaque como Carlos Loret de Mola, Héctor de Mauleón, Mario Maldonado e Raymundo Riva Palacio.
“Por que vamos espiá-los, realmente? Se são previsíveis… Em primeiro lugar, temos princípios, temos ideais, não somos como eles, nem como seus chefes”, respondeu López Obrador.
A polêmica ocorre enquanto o México se consolida como o país mais perigoso para o jornalismo no Hemisfério Ocidental, segundo o CPJ, com 19 assassinatos de jornalistas no exercício da profissão contabilizados desde o início do governo López Obrador, em 2018.
Apenas na última semana, três jornalistas foram assassinados: Gustavo Sánchez Cabrera em Oaxaca, Felipe Enrique García no Estado do México e Saúl Tijerina Renteria em Coahuila.
No entanto, o presidente mexicano negou ter qualquer envolvimento com a violência, apesar de receber críticas de organizações internacionais por seus ataques e estigmatização da imprensa.
“Sim, bem, o presidente (é) terrível, populista, comunista, autoritário, messias, que persegue jornalistas, que limita a liberdade de expressão, que censura, algo nunca visto no México, e que também não dá dinheiro aos jornalistas”, declarou López Obrador sarcasticamente .
A polêmica também ocorre antes da aprovação do novo Cadastro Nacional de Usuários de Telefonia Móvel, com o qual o governo do México obrigará os usuários a compartilhar seus dados biométricos, como impressão digital e íris, para acessar um telefone celular.
A matéria do “El Universal” indica que a Secretaria de Segurança e Proteção ao Cidadão (SSPC) do México ordenou a espionagem dos jornalistas que criticaram este cadastro.
“Não vamos espionar ninguém, nunca o fizemos e, segundo, qual é o ponto, qual é o caso, se já sabemos que eles estão contra nós? Com toda franqueza, não leio uma coluna desses senhores porque não é necessário”, reforçou López Obrador.
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