Por EFE
Cairo, 1 fev – A Liga Árabe rejeitou neste sábado, em reunião extraordinária, o plano de paz apresentado nesta semana pelos Estados Unidos por considerar que as ideias sugeridas pelo governo de Donald Trump não atendem às aspirações dos palestinos e não levam em conta as referências legais em que as negociações se basearam até agora.
No final da sessão dos ministros de Relações Exteriores dos países que compõem o bloco no Cairo, o órgão pan-árabe emitiu uma nota na qual afirma sua rejeição do acordo. “Não cumpre os direitos e aspirações mínimas do povo palestino”, disse a Liga Árabe em comunicado.
“O plano também contradiz as referências ao processo de paz, que até agora tem sido baseado no direito internacional e nas resoluções relevantes das Nações Unidas”, acrescenta a nota.
O grupo de países árabes pediu aos EUA que se comprometessem com as referências internacionais para que se chegue, segundo o texto, a um processo de paz “justo, contínuo e abrangente”.
A Liga Árabe lembrou uma dessas referências mais proeminentes: as fronteiras de 1967, que deveriam marcar um futuro Estado palestino independente com Jerusalém Oriental como sua capital, mas que o novo plano de Trump ignora.
O plano apoia a anexação de Israel ao Vale do Jordão, que constitui cerca de 30% do território da Cisjordânia, e reconhece Jerusalém como a capital israelense.
A futura capital palestina estaria localizada nos subúrbios de Jerusalém, a leste e norte do muro israelense, que incluem Kafr Aqab, a parte leste de Shuafat e Abu Dis, bairros separados e deprimidos da cidade.
Este é o ponto mais controverso e inevitável para os palestinos, como afirmou o próprio presidente Mahmoud Abbas, que hoje declarou solenemente perante a sessão plenária da Liga Árabe que não ficará na história por “vender Jerusalém”.