Líderes participarão de conversas em Genebra sobre tensões EUA-Rússia

Rússia reuniu entre 60.000 e 90.000 soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia, alarmando potências europeias e a OTAN

04/01/2022 13:56 Atualizado: 04/01/2022 13:56

Por Naveen Athrappully

A vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, e o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, conduzirão as negociações de segurança entre as duas nações em Genebra, no dia 10 de janeiro, enquanto aumentam a pressão internacional sobre Moscou para reduzir as tensões na fronteira com a Ucrânia.

Na quinta-feira, o presidente Joe Biden e o presidente Vladimir Putin conversaram por telefone com base no pedido de Moscou para resolver de forma construtiva as questões com base nos interesses nacionais mútuos. Recentemente, a Rússia reuniu entre 60.000 e 90.000 soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia, alarmando as potências europeias e a aliança da OTAN. Putin busca garantias de segurança juridicamente vinculativas da OTAN em relação ao uso de armas e outras expansões ao longo de sua fronteira oriental.

“Durante as negociações buscaremos garantias jurídicas firmes dos Estados Unidos sobre a segurança da Rússia, ou seja, que a OTAN não se mova para o leste e que os sistemas de armas que ameaçam a Rússia não sejam implantados perto de nossas fronteiras”, declarou Maria Zakharova, porta-voz para o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em uma entrevista coletiva, na quinta-feira.

Enquanto isso, durante uma recente conversa de 50 minutos, Biden alertou Putin sobre invocar sanções e expandir a presença americana se um ataque for realizado contra a Ucrânia. Em 2014, Moscou anexou a região da Crimeia, da Ucrânia, à Rússia e deu seu apoio às forças separatistas pró-russas dentro do país, que desde então estão travando uma guerra de quase oito anos contra as forças armadas de Kiev.

“Eu deixei claro para o presidente Putin que, se ele tomar mais medidas, se entrar na Ucrânia, teremos sanções severas. Aumentaremos nossa presença na Europa com nossos aliados da OTAN e haverá um alto preço a pagar por isso”, declarou Biden a repórteres do lado de fora de um restaurante em Wilmington, no estado de Delaware.

Além das conversas programadas para janeiro, os líderes buscam outras formas de resolver o conflito atual. “Ambos os líderes reconheceram que existem áreas prováveis ​​onde podemos fazer progressos significativos, bem como áreas onde acordos podem ser impossíveis, e que as próximas negociações determinarão mais precisamente as linhas de cada uma dessas categorias”, um alto funcionário afirmou à Reuters.

Putin deixou claro que qualquer sanção que inclua a exclusão da Rússia do sistema financeiro mundial receberia uma resposta imediata e “poderia levar ao rompimento total dos laços entre nossos países”, segundo o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov.

Biden também manterá uma conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciada para domingo, na qual as autoridades afirmam que será discutida a crise da fronteira, bem como a integridade territorial e os preparativos neste mês para compromissos com a Rússia.

“Como combinamos com nosso parceiro estratégico (Estados Unidos), nada sobre (Ucrânia) sem (Ucrânia). Estamos ansiosos para falar com @POTUS novamente no domingo para coordenar nossos passos em prol da paz na Ucrânia e da segurança na Europa”, escreveu Zelensky em um tweet no sábado.

A Ucrânia quer aderir à OTAN, mas a aliança afirma que o país tem um longo caminho a percorrer antes de conseguir a adesão, incluindo reformas internas e a aplicação do Estado de direito. Além disso, a OTAN ficaria sobrecarregada e teria de investir mais recursos para manter a segurança nas fronteiras ucranianas.

Moscou fará uma sessão com a OTAN em 12 de janeiro, enquanto uma reunião maior entre Rússia, Estados Unidos, Ucrânia e outras nações europeias está agendada para 13 de janeiro em Viena.

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