Líderes norte-coreano e russo trocam cartas expressando laços mais fortes, afirma Coreia do Norte

15/08/2022 16:04 Atualizado: 15/08/2022 16:04

Por Aldgra Fredly

O presidente russo, Vladimir Putin, teria escrito na segunda-feira ao líder norte-coreano Kim Jong Un, indicando relações bilaterais mais fortes entre seus países, segundo a mídia estatal oficial de Pyongyang.

Em uma carta a Kim homenageando a liberdade da Península Coreana do domínio colonial japonês, Putin teria dito que a Rússia e a Coreia do Norte “expandiriam as relações bilaterais abrangentes e construtivas com esforços comuns”.

Autoridades russas não confirmaram a autenticidade dos relatórios.

A Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), estatal norte-coreana, afirma que, na carta, Putin transmitiu a Kim que suas relações mais próximas “contribuiriam para fortalecer a segurança e a estabilidade da península coreana e da região do nordeste asiático”.

Em sua resposta, Kim disse que a amizade entre a Coreia do Norte e a Rússia foi forjada na Segunda Guerra Mundial e continuou a se desenvolver ao longo dos séculos, de acordo com um relatório separado da KCNA.

Kim disse que a cooperação estratégica e tática entre as duas nações atingiu um novo nível, com esforços comuns para frustrar ameaças militares e provocações representadas por “forças hostis”.

Kim também expressou confiança de que suas relações de cooperação “se fortaleceriam em todos os campos” após um acordo que ele assinou com Putin em 2019, afirmou a KCNA.

O relatório não identificou a quais forças hostis Kim estava se referindo, mas a Coreia do Norte acusou os Estados Unidos e seus aliados de impor “políticas hostis” contra Pyongyang, capital da Coreia do Norte.

Pyongyang se recusou a retomar as negociações de desnuclearização com os Estados Unidos – que estão paralisadas desde 2019 – apesar do fato de Washington ter reiterado que não tem “nenhuma intenção hostil” em relação a Pyongyang e está disposto a discutir sem pré-condições.

Rússia e China bloqueiam sanções da ONU

A Coreia do Norte está sujeita a sanções da ONU desde 2006, que o Conselho de Segurança da ONU aumentou constantemente ao longo dos anos em uma tentativa de cortar o financiamento dos programas de armas nucleares e mísseis balísticos de Pyongyang.

A China e a Rússia, no entanto, pediram uma flexibilização das sanções da ONU para melhorar a situação humanitária da Coreia do Norte. Eles também vetaram uma votação pressionada pelos Estados Unidos para fortalecer as sanções à Coreia do Norte em maio.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU, disse estar decepcionada com os vetos da Rússia e da China, que não bloquearam nenhuma das nove votações de sanção anteriores feitas desde 2006.

“Estou muito desapontada que o Conselho não tenha sido capaz de se unificar em oposição aos programas ilegais [armas de destruição em massa] e mísseis balísticos da RPDC. E esse fracasso depende apenas da China e da Rússia”, disse Thomas-Greenfield em comunicado após a votação.

A Coreia do Norte realizou uma série de lançamentos de mísseis em 2022, incluindo um envolvendo seu maior míssil balístico intercontinental, o Hwasong-17, todos proibidos pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre o programa de mísseis de Pyongyang.

Katabella Roberts e Reuters contribuíram para esta reportagem.

 

Entre para nosso canal do Telegram

Assista também: