Por EFE
Jerusalém, 22 jan – Mais de 40 líderes mundiais participam do maior evento diplomático realizado em Jerusalém para lembrar o Holocausto, que neste ano é marcado pelo 75º aniversário da libertação de Auschwitz-Birkenau, o maior campo de concentração do regime nazista.
Os primeiros chefes de Estado a chegarem à cidade, como o presidente da França, Emmanuel Macron, tiveram reuniões à parte com o primeiro-ministro em exercício de Israel, Benjamin Netanyahu.
No caso do encontro com o mandatário francês, os temas foram a luta contra o antissemitismo e questões regionais, como os conflitos no Líbano e na Líbia e as sanções contra o Irã.
A maioria dos líderes, incluindo o rei da Espanha, Felipe VI, e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, desembarcou nesta quarta-feira em Israel. Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, chegarão amanhã para participar do evento mais emblemático, no Museu do Holocausto de Jerusalém.
O príncipe Charles, do Reino Unido, e o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, estão entre as outras autoridades que participarão da programação, marcada por medidas extremas de segurança na Cidade Santa.
Conquista Diplomática de Israel
O V Fórum Mundial sobre o Holocausto, que tem como tema “Lembrando o Holocausto, combatendo o antissemitismo” e precede outra grande comemoração, que será realizada no dia 27 de janeiro na Polônia em Auschwitz, o maior campo de concentração nazista, onde cerca de 1 milhão de pessoas morreram.
Cerca de 200 mil sobreviventes do Holocausto vivem atualmente em Israel, de onde se pretende enviar uma mensagem clara contra o antissemitismo.
Zalman Shoval, ex-embaixador nos Estados Unidos e ex-vice-ministro das Relações Exteriores de Israel, disse à Agência Efe que a presença de mais de 40 líderes mundiais é “um indicador do sucesso” do país na esfera global e de sua capacidade de ampliar os laços diplomáticos.
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, será o grande ausente dos atos comemorativos em Jerusalém. Ele se recusou a participar, já que não recebeu a oportunidade de discursar no evento principal de amanhã, como farão, por exemplo, Netanyahu, Pence, Macron e Putin.
A desavença surgiu com uma declaração recente do presidente russo, de que a Polônia teve uma aliança com a Alemanha de Adolf Hitler antes do início da Segunda Guerra Mundial.
“A impossibilidade de que eu possa falar em tal ocasião é contra os interesses da Polônia”, disse Duda, que lembrou que metade dos 6 milhões de judeus vítimas do Holocausto eram poloneses.
Macron, Putin e o príncipe Charles também terão reuniões com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Mahmoud Abbas. Macron estará em Ramala nesta quarta-feira, e Putin irá amanhã a Belém, na Cisjordânia, berço do cristianismo, onde também se encontrará com o príncipe Charles no dia seguinte.