O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, e o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, reuniram-se nesta quarta-feira (10) em Washington (EUA) e concordaram em se coordenar diante da crescente ameaça militar da Coreia do Norte e do fortalecimento das suas relações com a Rússia.
“À luz da atual situação internacional, é muito significativo que os líderes do Japão e da Coreia do Sul compartilhem uma forte relação de confiança e reconhecimento de questões estratégicas, e mantenham discussões e cooperem estreitamente um com o outro”, disse Kishida a Yoon no início da reunião, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo.
Yoon, por sua vez, enfatizou que o fortalecimento da cooperação militar e econômica entre Pyongyang e Moscou “está causando sérias preocupações para a segurança global, inclusive no leste da Ásia”.
A reunião entre os dois líderes aconteceu um ano antes do 60º aniversário da normalização das relações entre o Japão e a Coreia do Sul, uma data que deve ser usada como motivo para fortalecer ainda mais seus laços.
Kishida e Yoon viajaram para Washington para participar da cúpula da Otan e discutir uma maior cooperação entre esse bloco e Tóquio e Seul diante da ascensão militar não apenas da Coreia do Norte, como da China.
Essa é a terceira vez que Kishida e Yoon são convidados a participar de uma cúpula da Otan (estiveram nas de Madri, em 2022, e Vilnius, em 2023), como parte de uma parceria crescente entre a aliança e países com ideias semelhantes na região do Indo-Pacífico, como Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
A Coreia do Sul tem buscado laços mais estreitos com a aliança militar desde a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014 e, especialmente, após a invasão da Ucrânia em 2022, em linha com a política externa implementada pelo governo de Yoon, que optou por se alinhar mais estreitamente com países que compartilham valores comuns, como a defesa da democracia e do Estado de Direito.
A nova estratégia liderada por Kishida também inclui um maior alinhamento com a Otan, uma blindagem de sua aliança de segurança com os Estados Unidos e mais laços com a vizinha Coreia do Sul e com a Austrália e a Índia, além de flexibilizar o intercâmbio de equipamentos e tecnologias de defesa entre os países aliados.