O líder supremo da República Islâmica do Irã, Ali Khamenei, qualificou nesta quarta-feira de “sucesso positivo” a entrada do país no grupo de economias emergentes BRICS e afirmou que sua nação deve neutralizar as sanções dos Estados Unidos.
“A adesão em pouco tempo a dois importantes grupos internacionais (#Brics e #Xangai) é um sucesso positivo que reflete a situação do nosso país”, disse o religioso na rede social X (ex-Twitter).
Khamenei acrescentou que a situação do país é tal que “os fundadores destes grupos querem, em alguns casos com veemência, que o Irã faça parte deles”.
O líder elogiou a política do regime do “presidente” do Irã, Ebrahim Raisi, de “estabelecer laços numerosos e diversos com diferentes países e continentes”, além de “resolver disputas com os vizinhos”.
O grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) anunciou a adesão do Irã ao bloco, justamente com Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos em sua XV Cúpula de Chefes de Estado e de Governo, na semana passada, em Johanesburgo.
O país persa espera que a adesão a este clube de economias emergentes, juntamente com a adesão no ano passado à Organização de Cooperação de Xangai, o ajude a lidar com as sanções dos EUA que estão minando sua economia, bem como com o seu isolamento internacional.
Neste sentido, Khamenei afirmou que o “objetivo da maioria das sanções é tomar como reféns os meios de subsistência das pessoas” e por isso apelou à sua neutralização.
“Durante a negociação, as sanções devem ser neutralizadas”, afirmou.
O religioso se referiu às negociações do Irã com Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e, indiretamente, os Estados Unidos, para relançar o acordo nuclear de 2015, abandonado em 2018 pelo então presidente americano Donald Trump.
Essas negociações estão paralisadas e não há sinais de restauração do pacto que limitou o programa nuclear do Irã em troca do levantamento das sanções.
Ainda ontem, o líder iraniano foi contundente ao declarar que o seu país não vai esperar pelos “sorrisos” dos Estados Unidos e de alguns países europeus e destacou que o Ocidente não conseguiu isolar Teerã.
Os analistas consultados pela Agência EFE consideraram que embora a entrada nos BRICS alivie o isolamento internacional sofrido pelo Irã, não ajudará no curto prazo a melhorar a economia do país, atingido por uma inflação elevada e um rial que se desvaloriza continuamente.
O Irã sofre sanções por ser patrocinador do terrorismo internacional, alimentar dentro do próprio regime grupos islâmicos extremistas e por violações contra os direitos humanos.
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