A líder opositora venezuelana María Corina Machado ratificou nesta segunda-feira que continuará na corrida eleitoral antes das eleições presidenciais de 28 de julho, sem explicar como fará isso, diante da impossibilidade da Plataforma de Unidade Democrática (PUD) de registrar a historiadora Corina Yoris como candidata dentro do prazo estabelecido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
“Ninguém vai nos tirar da corrida eleitoral. São eles (chavismo) que querem encerrá-la, que querem nos tirar e não conseguirão”, declarou Machado, que cedeu sua candidatura a Yoris diante da inabilitação que a impede de concorrer a cargos públicos nestas e em outras eleições até 2036.
A PUD denunciou nesta segunda-feira que não pôde indicar a candidatura de Yoris e criticou o fato de o CNE não ter explicado as razões.
Sobre a indicação do governador do estado de Zulia, Manuel Rosales, Machado evitou responder na entrevista coletiva e insistiu em várias ocasiões que sua candidata e a da PUD ainda é Corina Yoris, apesar de ela não ter conseguido se registrar no sistema do CNE.
“Neste momento, o país está processando uma enorme decepção, as pessoas se sentem desrespeitadas em todo o esforço (das primárias) de 22 de outubro e o que eu quero dizer é que nossa luta continua, não vamos abandonar uma corrida eleitoral onde os venezuelanos possam escolher livremente, por quem eles querem, não por quem o regime impõe”, disse.
A ex-deputada falou que o que aconteceu no último dia de registro de candidatos, no qual Rosales e o ex-diretor eleitoral da oposição Enrique Márquez concorreram, “acelera a transição” no país.
O partido de oposição Um Novo Tempo (UNT), liderado por Rosales, afirmou nesta terça-feira que está comprometido com a corrida eleitoral, “mesmo nas piores condições”, e rejeitou a opção de abstenção.
O UNT, que não explicou quais são essas “condições”, registrou o atual governador do estado de Zulia como candidato, sem confirmar se ele tem o apoio da PUD.