Dezenas de chavistas atacaram “com paus e pedras” apoiadores da líder oposicionista María Corina Machado que se reuniram em um evento nos arredores de Caracas nesta quarta-feira (7), denunciou a ex-congressista e candidata presidencial da Plataforma Unitária Democrática (PUD), a principal coalizão de oposição.
“Mais de cem grupos do regime atacaram com paus e pedras e feriram vários dos participantes. A polícia que estava presente, com sua inação, protegeu os grupos armados”, disse a antichavista na rede social X, na qual circulam vídeos de pessoas invadindo o local, assim como de apoiadores de Machado ensanguentados.
Machado lançou um “alerta internacional” diante desses acontecimentos que, em sua opinião, mostram que “a única maneira” pela qual o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, pretende participar das eleições presidenciais, cuja data ainda não foi definida, é “pela força”.
Vamos Venezuela (VV), o partido da ex-deputada, também compartilhou imagens da invasão nas redes sociais, nas quais dezenas de pessoas vestidas com as cores e os símbolos do chavismo podem ser vistas derrubando uma cerca e gritando palavras de ordem contra a oposição.
“Grupos pró-governo atacaram a equipe do VV em Charallave. Mais uma vez, eles violam a liberdade de associação e reunião. Pedimos à comunidade internacional que destaque esses ultrajes que estão se tornando cada vez mais acentuados”, denunciou o partido.
Em outubro do ano passado, dias antes das primárias que Machado venceu com 92,35% dos votos, a líder denunciou que a sede do VV em Cumaná, capital do estado de Sucre, no norte do país, foi “atacada” por indivíduos não identificados.
Antes, em 15 de julho, um grupo de pessoas que se identificaram como militantes do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), impediu uma atividade política de Machado em Petare, a maior favela do país, localizada em Caracas.
No dia anterior, Machado denunciou atos de violência de um grupo de pessoas durante uma atividade no estado litorâneo de La Guaira (norte).
As denúncias de perseguição contra opositores aumentaram nas últimas semanas, depois que o governo lançou o plano “Fúria Bolivariana” para “defender o direito à paz” e prendeu três colaboradores de Machado, acusando-os de fazer parte de uma conspiração.