O líder insurgente sírio Ahmed al-Charaa, mais conhecido pelo seu nome de guerra Abu Mohamed Al Jolani, garantiu à televisão siria neste sábado (14) que não está interessado em entrar em um conflito com Israel e pediu a intervenção urgente da comunidade internacional para deter a escalada israelense contra o país árabe.
Em declarações que o canal só divulgou por escrito, o islâmico Chaara “acrescentou que as prioridades nesta fase são a reconstrução e a estabilidade, não deixando arrastar para conflitos que poderiam levar a mais destruição”.
Desde a derrubada do ditador sírio Bashar al-Assad no domingo passado, Israel bombardeou centenas de alvos militares do antigo regime, supostamente para evitar que caíssem nas mãos de insurgentes, e também posicionou seu Exército na zona desmilitarizada com a Síria.
“Charaa disse que os argumentos israelenses se tornaram fracos e não justificam suas recentes violações, observando que os israelenses claramente cruzaram as linhas de engajamento na Síria, o que ameaça uma escalada injustificada na região”, noticiou a televisão síria.
Ele pediu para que a comunidade internacional intervenha imediatamente para interromper a escalada, acreditando que uma solução diplomática é a “única maneira” de alcançar a estabilidade no país.
Somente entre a noite de sexta-feira e a madrugada deste sábado, Israel lançou um total de 17 bombardeios contra alvos militares em várias partes da Síria, incluindo uma base aérea e instalações de armazenamento de mísseis nos arredores de Damasco, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Charaa, chefe da aliança islâmica Organização para a Libertação do Levante, que liderou a ofensiva contra o regime sírio, também reconheceu que o estado da nação exigirá “planos bem elaborados” para tirá-la da situação atual, de acordo com o canal até então oposicionista.
Nesse sentido, ele explicou que, antes de tomar medidas para resolver as questões urgentes, será necessário reunir informações precisas e estudá-las detalhadamente, ao mesmo tempo em que defende o estabelecimento de bases “modernas” para um novo Estado que garanta os direitos de todos os sírios.