O líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, classificou nesta quinta-feira como uma “grande vitória” a realização de um acordo para demarcar as fronteiras marítimas entre Líbano e Israel, inimigo incondicional do movimento liderado por ele e com quem travou uma breve guerra em 2006.
Em um discurso transmitido em canais ligados ao seu grupo, o clérigo considerou que o pacto oficializado hoje com Israel é “uma grande, grande, grande vitória” para o Líbano, sua população e a “Resistência”, como o movimento político e armado xiita se autodenomina.
“A experiência com a questão da demarcação de fronteiras foi rica e muito importante a nível do Líbano e da Resistência, e merece ser considerada cuidadosamente”, disse Nasrallah, prevendo que o país entrará em uma “nova etapa” após a assinatura do acordo.
No entanto, ele defendeu que a demarcação de fronteiras não equivale a um “tratado internacional” nem significa a “normalização” com Israel, explicando que o documento oficial que o Líbano obterá como prova do entendimento alcançado não traz nenhuma assinatura no lado israelense.
De acordo com sua versão, as autoridades libanesas asseguraram “meticulosamente” que o pacto não insinuava nada que se assemelhasse a uma normalização das relações.
Líbano e Israel formalizaram hoje um histórico acordo de demarcação e fronteiras marítimas, durante cerimônia realizada na cidade de Naqoura, que contou com a presença do mediador dos Estados Unidos na negociação, Amos Hochstein.
A cerimônia ocorreu a portas fechadas na sede da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês), durante a qual delegações de ambos os países deram a sua aceitação oficial à mediadora americana e coordenadora especial da ONU para o Líbano, Joanna Wronecka.
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