A líder do movimento opositor cubano Damas de Branco, Berta Soler, foi libertada após ser detida pela 12ª vez neste ano, segundo denunciou nesta segunda-feira o ex-prisioneiro político e companheiro da ativista Ángel Moya.
Moya foi preso no domingo junto com Soler na saída do quartel-general das Damas de Branco, no bairro de Lawton, em Havana. Ambos foram transferidos separadamente para duas delegacias onde cada um recebeu uma multa de 30 pesos cubanos (equivalente a pouco mais de R$ 6 no câmbio oficial), detalhou Moya em seu perfil no Facebook.
O dissidente acrescentou que esta prisão é a de número 43 desde 2022, quando Soler decidiu retomar seus protestos aos domingo para exigir a libertação de presos políticos, uma vez superada a fase mais dura da pandemia do coronavírus em Cuba.
Soler é uma das fundadoras do Damas de Branco, um movimento de mulheres que surgiu por iniciativa de várias parentes dos 75 dissidentes e jornalistas independentes – incluindo Moya – condenados durante a onda de repressão de 2003 conhecida como “primavera negra”.
A União Europeia (UE) e as ONGs Human Rights Watch e Anistia Internacional criticaram essa onda de prisões e condenações, qualificando-as como políticas. Por sua vez, as autoridades cubanas alegam que os dissidentes acusados estavam violando a soberania nacional por ordem dos Estados Unidos.
As Damas de Branco receberam o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu em 2005.