Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O líder da oposição venezuelana, Edmundo González, se reuniu com o presidente Joe Biden na Casa Branca na segunda-feira, poucos dias antes de Nicolás Maduro ser empossado para um terceiro mandato como líder da nação sul-americana.
Gonzalez reivindica a vitória na eleição contestada de julho de 2024, que, segundo ele, foi roubada por Maduro por meio de repressão e fraude eleitoral. Atualmente, ele busca apoio para destituir Maduro até sexta-feira, quando, por lei, começa o próximo mandato presidencial no país.
De acordo com um comunicado da Casa Branca, Biden e Gonzalez concordaram que a vitória do ex-diplomata “deve ser respeitada por meio de uma transição pacífica de volta ao regime democrático”.
Ambos também expressaram sérias preocupações com o “uso inaceitável e indiscriminado de repressão por Maduro e seus representantes contra manifestantes pacíficos, ativistas democráticos e a sociedade civil”.
“Tivemos uma conversa longa, produtiva e cordial com o presidente Biden e sua equipe”, disse González.
“Claro, agradecemos ao governo dos Estados Unidos pelo apoio que tem nos dado nessa luta pela recuperação democrática da Venezuela. Esse é um compromisso que levamos conosco e que continuaremos cumprindo até o último dia do governo do presidente”.
Biden declarou na plataforma social X que o “povo da Venezuela merece uma transferência pacífica de poder para o verdadeiro vencedor de sua eleição presidencial”, acrescentando que Gonzalez deveria prestar juramento em quatro dias, e não Maduro.
O governo de Caracas criticou a reunião, chamando-a de “grotesca” e afirmando que Biden estava apoiando um “projeto violento” para usurpar a democracia do país.
Enquanto esteve em Washington, Gonzalez também se reuniu com Mike Waltz, indicado por Donald Trump para conselheiro de segurança nacional.
“Entre vários assuntos que discutimos em detalhes, destacamos o protesto cívico dos venezuelanos neste 9 de janeiro”, escreveu Gonzalez sobre o encontro na plataforma X.
“Ele garantiu que os Estados Unidos e o mundo estarão atentos ao que acontecerá em nosso país”.
Enquanto isso, Maduro já foi convidado pela Assembleia Nacional a tomar posse para um terceiro mandato de seis anos na sexta-feira, pouco mais de cinco meses após o Conselho Nacional Eleitoral declará-lo vencedor da eleição.
Mais de 2.000 pessoas foram presas durante as manifestações pós-eleitorais, incluindo líderes da oposição, advogados, ativistas, jornalistas e menores de idade.
Diferentemente das eleições presidenciais anteriores na Venezuela, as autoridades não publicaram a contagem dos votos. No entanto, a oposição revelou atas de mais de 80% das urnas eletrônicas do país e afirmou que elas mostravam que Gonzalez havia recebido o dobro de votos que Maduro.
O Centro Carter, sediado em Atlanta, que foi convidado pelo governo Maduro para observar a eleição, declarou legítimas as atas publicadas pela oposição.
Washington e a maioria dos governos europeus consideram Gonzalez o vencedor legítimo.
Gonzalez, que representava a coalizão Plataforma Unitária, fugiu da Venezuela para a Espanha em setembro após a emissão de um mandado de prisão relacionado à publicação das atas eleitorais.
Ele prometeu retornar à Venezuela para tomar posse da presidência, mas não explicou como planeja voltar ou remover Maduro, cujo partido controla todas as instituições e as forças armadas.
Questionado na segunda-feira sobre os planos de retorno do líder da oposição, o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, chamou-o de “covarde” e o acusou de ser um agente da CIA, sem apresentar provas.
“Ele não tem nem coragem nem disposição”, disse Cabello. “O senhor González Urrutia sabe que, assim que pisar na Venezuela, será preso”.
Na semana passada, Caracas anunciou uma recompensa de $100.000 por informações sobre o paradeiro de Gonzalez.
A Associated Press e a Reuters contribuíram para este artigo.