O líder da al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, pediu aos rebeldes sírios que mudem da luta aberta para a guerra de guerrilha na guerra civil contra o líder sírio Bashar al-Assad.
Zawahiri publicou uma mensagem de áudio online em 23 de abril que pedia aos rebeldes para “terem paciência e se prepararem para uma longa guerra contra os cruzados e seus aliados xiitas”, de acordo com a Al-Jazeera, uma mídia financiada pelo Estado do Qatar que tem enfrentado controvérsias por sua cobertura positiva de alguns grupos terroristas.
Zawahiri disse que a nova abordagem iria “enfraquecer e drenar o inimigo”, e afirmou que os rebeldes estão sendo visados “porque eles estão tentando estabelecer um regime islâmico na Síria”.
Não está claro exatamente o que Zawahiri quer dizer com “guerra de guerrilha” neste contexto, de acordo com Max Abrahms, pesquisador de terrorismo e professor-assistente de ciência política na Northeastern University. Ele disse que os termos “guerra de guerrilha”, “terrorismo” e “insurgência” não são especificados o suficiente, especialmente numa zona de guerra.
Neste contexto, disse ele, Zawahiri pode estar incentivando “operações de ‘atacar e correr’ que fazem uso da população, ao invés de formações expostas”.
Isso poderia se assemelhar às táticas dos insurgentes iraquianos, que mudaram de envolver-se em combate direto para, por exemplo, o uso de bombas na beira de estradas.
Abrahms observou que há alguma ironia em o líder da al-Qaeda estar tentando dar ordens aos rebeldes sírios, já que muitos grupos que defendem a mudança de regime na Síria “têm pretendido que a alternativa a Assad é uma espécie de oposição moderada”.
“Mas sabemos há anos que a oposição é dominada por tipos como a al-Qaeda”, disse ele.
Abrahms disse que há uma natureza fluida entre os vários grupos. Ele observou que isso também se aplica ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e que, enquanto os combatentes do EI continuam a perder terreno, eles estão se juntando a al-Nusra e outros grupos rebeldes.