Libertar opositores “não resolve crise da Venezuela”, afirma Pompeo

03/09/2020 16:54 Atualizado: 03/09/2020 16:54

Por EFE

Washington, 3 set – O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, declarou nesta quinta-feira que a libertação de opositores presos na Venezuela “não resolve, nem sequer aborda, a crise política”.

“O anúncio do regime de Maduro da desestimação condicional das acusações penais contra aproximadamente um terço dos presos políticos não resolve, nem sequer aborda, a crise política subjacente da Venezuela”, disse o chefe da diplomacia americana em comunicado.

O governo venezuelano tem libertado opositores presos desde a segunda-feira, quando o ditador Nicolás Maduro concedeu indultos a 110 pessoas, 50 delas reclusas.

“Restam centenas de presos políticos e, assim como agora oferecem a eles prisão domiciliar ou o fim das acusações penais, nenhum desses venezuelanos deveria ter sido preso por um dia sequer”, argumentou Pompeo.

No mesmo comunicado, Pompeo destaca que entre os beneficiados pelas medidas não há “nenhum líder chavista ou sindical preso, nem nenhum membro do Exército, apesar do número desproporcional entre os presos políticos”.

Outro ponto ressaltado é que, segundo Pompeo, os opositores beneficiados poderão ter o benefício anulado se “cometerem novamente qualquer ato de terrorismo, violência ou golpista arbitrariamente determinado pelo regime”.

“Não há condições para eleições livres e justas na Venezuela, e a libertação de vários presos políticos não muda isso”, disse Pompeo, acrescentando que “as condições da democracia na Venezuela continuam sendo terríveis”.

“Muitos opositores políticos do regime continuam proibidos de concorrer a cargos públicos e permanecem sem direitos políticos”, e a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) “permanece sob controle rigoroso do regime”, acrescentou.

O secretário denunciou também que “o regime mantém uma porta giratória de prisão e intimidação para extorquir a participação na farsa eleitoral de Maduro de 6 de dezembro”, referindo-se às eleições legislativas.

Ao expressar “respeito e admiração” pelos opositores venezuelanos, Pompeo mencionou que Juan Guaidó (reconhecido pelos EUA como presidente em exercício da Venezuela), Leopoldo López e Julio Borges “continuam ameaçados, perseguidos e acusados pelo regime”.

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