O líder opositor Leopoldo López, exilado desde 2020, disse na terça-feira (09) que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, é o chefe de uma organização criminosa, e que é ilusório pensar que eleições são uma maneira de mudar o país.
“Agora está muito claro que Maduro é o chefe de uma organização criminosa. E não estou exagerando quando digo isso”, declarou López em uma conversa no ‘think tank’ Hudson, em Washington (EUA), sobre a luta pela democracia na Venezuela.
Ele enfatizou que a Venezuela passou de uma produção de 3,7 milhões de barris de petróleo por dia para “pouco mais de 600 mil”.
“A economia mudou para se tornar uma economia sustentada pela produção e tráfico de cocaína e pela extração de ‘ouro de sangue’ que destrói o meio ambiente”, disse.
Para López, o regime venezuelano é uma “organização criminosa” com ligações com o exército e atores externos, como o Cartel de Sinaloa, do México, e é apoiado pelos principais “adversários” dos Estados Unidos, como Cuba, Rússia, Irã e China.
O opositor venezuelano, que mora na Espanha, chegou ao país europeu em outubro de 2020, depois de deixar a Venezuela fugindo de uma sentença de quase 14 anos de prisão que lhe foi aplicada em 2015 pela violência desencadeada nos protestos contra o regime em 2014.
“Seria tolice olhar para a Venezuela e para a perspectiva de mudança através das lentes de uma eleição normal. Não haverá uma eleição livre e justa, mas é uma oportunidade de reorganizar e mobilizar os setores democráticos na Venezuela”, declarou.
O opositor lançou o Congresso Mundial pela Liberdade em novembro do ano passado para reunir ativistas e movimentos de mais de 40 países para promover uma agenda que fortaleça a luta pela democracia em diferentes países.
“O importante para mim é injetar esperança na população venezuelana sobre as perspectivas de mudança”, enfatizou.
“Maduro continuará sendo Maduro. Precisamos aprender uma lição. A Europa aprendeu uma lição muito difícil em sua parceria com (o líder russo Vladimir) Putin com os gasodutos Nord Stream 1 e 2, dependendo da Rússia para obter energia”, concluiu.
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