Por Reuters
BRUXELAS – A União Europeia não deve ignorar a Lei Nacional de Inteligência da China, que exige que cidadãos chineses apoiem a coleta de informações, já que Bruxelas busca regras para redes móveis super rápidas, informou uma autoridade da União Europeia em 19 de julho.
Os governos da União Europeia estão debatendo maneiras de proteger as redes móveis da próxima geração contra qualquer possível interferência chinesa, diante da pressão efetuada pelos Estados Unidos, no intuito de evitar a Huawei da China e os crescentes laços comerciais sino-europeus.
Julian King, comissário da União Europeia encarregado da segurança, disse que as leis dos países que fornecerão tecnologia futura para as redes 5G farão parte das discussões antes que a Comissão Europeia faça propostas formais ainda este ano.
“Quando pensamos sobre a segurança geral de produtos e suprimentos de diferentes fontes, podemos pensar em seu regime legal”, disse ele em entrevista coletiva.
“Na China, eles têm uma lei nacional de inteligência que coloca amplas exigências sobre as organizações para apoiar e colaborar no trabalho de inteligência nacional e é um quadro legislativo legal específico que é relevante”, disse ele.
A Huawei, maior fabricante mundial de equipamentos de rede de telecomunicações e cujo equipamento 5G é considerado mais avançado e mais barato que seus rivais europeus, está ansiosa para não ficar restrita à União Europeia, seu maior mercado internacional.
A Huawei diz que apoia os esforços da União Europeia para elaborar padrões de segurança para o 5G.
Catherine Chen, vice-presidente sênior da Huawei, disse que, na Europa, a Huawei assinou 28 contratos para fornecer o 5G, que deve conectar tudo, de veículos a fábricas, a velocidades muito maiores.
O regime chinês nega qualquer intenção de espionar o Ocidente e disse que a proibição de fornecedores chineses de 5G nos Estados Unidos e na Austrália é infundada.
No entanto, de acordo com um documento interno da Comissão Europeia revisto pela Reuters em janeiro, a Lei de Inteligência Nacional da China declara que “organizações e cidadãos chineses devem, de acordo com a lei, apoiar, cooperar e colaborar no trabalho de inteligência nacional”.
O Conselho Nacional de Segurança da Grã-Bretanha discutiu a questão em abril e foi tomada a decisão de bloquear a Huawei de todas as partes críticas da rede 5G, mas de restringir o acesso a partes menos sensíveis. Uma decisão final ainda está pendente.
De Robin Emmott