O presidente do Equador, Guillermo Lasso, afirmou que as propostas de integração sul-americana que serão discutidas na cúpula desta terça-feira em Brasília só interessam se buscarem gerar oportunidades e prosperidade para os povos dos países da região.
Em entrevista à EFE, Lasso defendeu que a cúpula se concentre na discussão de propostas econômicas, especialmente aquelas voltadas para a construção de “uma grande zona aduaneira” na América do Sul, além da colaboração em segurança transfronteiriça e meio ambiente.
“O que o cidadão que está nas ruas espera enquanto conversamos nos salões de eventos são oportunidades de emprego, oportunidades de prosperar, oportunidades de empreender. E isso vem por meio de acordos comerciais, acordos de investimentos, sem deixar de lado as questões de meio ambiente e segurança”, declarou.
O governante conservador ressaltou que, se as discussões de integração se centram em falar de ideologias, lhe pareceria que “estamos perdendo tempo”, pois na sua visão “devemos respeitar a diversidade de pensamento e posições de todos os povos da América do Sul”.
Em relação às questões ideológicas, Lasso também se referiu à distância entre seu país e a ditadura de Nicolás Maduro, que está presente na cúpula de Brasília.
Lasso disse que é “impossível” falar de democracia com Maduro, uma vez que “os compromissos que assumiu nos últimos diálogos com a oposição não foram cumpridos” e porque ainda não marcou uma data para as eleições previstas para 2024.
“Há muitos temas pendentes, não dá para falar de democracia com 284 presos políticos. Isso, a palavra democracia, com cerceamento de liberdade, no caso liberdade física, não são compatíveis”, destacou Lasso.
O presidente declarou ainda que a posição do Equador em relação à Venezuela “tem sido muito clara” e “não tem relações com o governo Maduro”, embora tenha destacado que os povos equatoriano e venezuelano têm relações e, por isso, abriu as portas para imigrantes do país caribenho.
A cúpula, organizada pelo Brasil para retomar o processo de integração sul-americana, reúne nesta terça-feira em Brasília os presidentes de todos os países da região, com exceção da peruana Dina Boluarte, que não pode deixar o país sem autorização parlamentar.
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